São Paulo, sábado, 26 de março de 2011

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Petrobras traz gasolina do exterior

Com troca do etanol pelo combustível não renovável, estatal importa produto para garantir abastecimento

Petrobras afirma que refinarias operam a todo vapor; segundo estatal, produto vindo de fora será estocado

DA REUTERS

Um carregamento de gasolina importado pela Petrobras chegará ao Brasil até 15 de abril para garantir o fornecimento ao mercado doméstico, informou ontem o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.
Segundo ele, a gasolina será armazenada e utilizada em caso de necessidade.
"A gente vai trazer e armazenar. Se precisar, usa, se não precisar, não usa", disse o executivo. "No ano passado, a gente importou para dez dias, não deve ser muita coisa diferente disso."
No ano passado, a Petrobras importou 3 milhões de barris de gasolina de várias origens, o que não fazia havia cerca de 40 anos. Na ocasião, a compra também foi determinada pelo mercado interno aquecido.
Costa informou que as refinarias da empresa estão trabalhando a plena capacidade e produzindo 380 mil barris diários de gasolina, totalmente absorvidos pela demanda interna.
"Estamos produzindo o máximo de gasolina em todas as nossas refinarias e, se verificarmos que o estoque está abaixando e que precisa importar, iremos importar", afirmou Costa.
O Brasil registra repiques na demanda por gasolina devido ao aumento do preço do etanol, já que usinas nas últimas duas safras elevaram a produção de açúcar em detrimento do combustível, olhando para um mercado internacional de elevados preços do açúcar.
O problema é agravado porque a oferta cai na entressafra da cana, quando a disponibilidade de etanol é ainda menor e os preços sobem, reduzindo seu apelo junto aos donos de veículos flex.

POSTOS
Segundo o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes, Alísio Vaz, problemas pontuais surgem com o aumento da procura por gasolina em detrimento ao etanol.
Vaz diz que a migração foi mais forte nos últimos 15 dias, após novas altas no preço do combustível renovável.
"A migração nas últimas duas semanas do consumidor de etanol para gasolina acabou gerando uma demanda repentina para a gasolina, que eventualmente pode gerar gargalos."
"Não é uma situação de falta generalizada; é questão de um posto ou outro não conseguir seu pedido. Existe gasolina no mercado, o consumidor que não encontrar num posto encontra em outro", disse, prevendo a normalização em maio.
Há relatos de postos em São Paulo que não dispunham de gasolina para abastecer veículos nesta semana.


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