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"Supertablet" mobiliza emissoras de TV
Empresas correm em busca de parcerias para oferecer programação nos computadores portáteis com tela sensível ao toque
TV tenta evitar o que aconteceu com o setor fonográfico, que pouco explorou as mudanças trazidas pelo iPod
FERNANDA EZABELLA
DE SÃO PAULO
Enquanto consumidores
correm em busca do futurístico iPad, outra corrida invisível ganhou força nos bastidores da indústria de TV.
Afinal, o aparelho quer fazer pelo vídeo o que o iPod
fez pela música. E redes de
TV não querem perder a onda como as gravadoras.
O iPad, assim como outros
supertablets (computadores
portáteis) da HP e da Dell
-feitos de uma tela sensível
ao toque de cerca de 10 polegadas-, é apenas uma ponta
numa extensa corrente de
inovações que mudaram a
forma como vemos TV -no
laptop, no celular, no iPod.
Mas a empolgação com o
iPad, que vendeu 1 milhão de
unidades em 28 dias e foi
chamado pelo magnata da
mídia Rupert Murdoch de
"revolucionário", poderia
transformá-lo no catalisador
de um aguardado novo modelo de negócios para emissoras.
"Talvez esses novos devices [celulares inteligentes,
tablets] vão forçar um ritmo
de evolução maior da indústria de TV, ao contrário da fonográfica, que demorou para
reagir", afirma Claudia
Woods, diretora de serviços
da consultoria Predicta.
Nos EUA, 10 milhões de
pessoas assistem a vídeos pelo celular por mês -apenas
5% do total de pessoas com
celular no país, de acordo
com a Nielsen. Outra consultoria, a Adams Media Research, estima que o gasto
com a compra de filmes e
programas de TV na internet
irá dobrar entre 2008 e 2010,
para US$ 1,14 bilhão.
Desde 2009, a Apple negocia com redes de TV acordos
para vender na sua loja virtual iTunes assinaturas da
programação, a qual o usuário assistiria sem comerciais.
A ABC, responsável por
"Lost" e "Grey's Anatomy",
liberou parte de seus seriados para o iPad, embora com
comerciais. O canal a cabo
HBO não pretende criar um
aplicativo para o aparelho,
uma vez que já disponibiliza
para seus assinantes conteúdo na web ou celular.
Para o Lee Rainie, diretor
do Pew Internet, os experimentos das redes de TV vão
continuar, em direções diferentes. "Mas não é fácil prever qual irá funcionar", diz.
A questão em debate são
os anúncios. Ao contrário de
gravadoras e do cinema, a TV
depende dos anunciantes.
"O iPad pode não ter efeito
nenhum porque as pessoas
não vão pagar extra para ver
TV num tablet, diz Rainie.
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