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Governo português pressiona contra proposta pela Vivo
Primeiro-ministro instrui acionista da PT a
rejeitar oferta da Telefónica pela operadora
PETER WISE
DO "FINANCIAL TIMES", EM LISBOA
O governo de Portugal instruiu importante acionista
estatal da PT (Portugal Telecom) a votar contra oferta de
6,5 bilhões apresentada pela Telefónica para comprar a
fatia do grupo português na
Vivo, parceria de telefonia
móvel entre as companhias.
O primeiro-ministro português, José Sócrates, disse ontem no Parlamento que o governo havia instruído o banco estatal Caixa Geral de Depósitos, detentor de 7,3% das
ações da PT, a votar contra a
proposta da companhia espanhola, em assembleia de
acionistas na quarta-feira.
A admissão de envolvimento governamental expôs
uma dimensão política aberta na disputa entre as duas
operadoras quanto ao futuro
de suas operações no Brasil.
As relações entre elas pioraram devido à oferta da Telefónica pelo controle da Vivo, a maior operadora de telefonia móvel da América Latina, que ela deseja fundir
com a Telesp, sua operadora
brasileira de telefonia fixa.
Depois de fazer uma proposta inicial de € 5,7 bilhões
pela participação portuguesa na Vivo em maio, o grupo
espanhol anunciou que
manteria em aberto a possibilidade de lançar uma tentativa hostil de tomada de controle acionário da PT -ação
que despertaria oposição política em Portugal.
INTERESSE ESTRATÉGICO
Sócrates disse que servia
ao "interesse estratégico" de
Portugal garantir que o país
tivesse uma companhia de
telecomunicações com dimensões internacionais da
escala que a PT hoje oferece.
O comentário foi visto como confirmação da probabilidade de que os demais
grandes acionistas portugueses votem contra a oferta da
Telefónica pela Vivo, elevada
a € 6,5 bilhões no dia 1º.
Banco Espirito Santo, Ongoing e Visabeira, que em
parceria com a CGD detêm
cerca de 24% da Portugal Telecom, disseram considerar a
Vivo ativo estratégico para o
crescimento da companhia.
A Telefónica vendeu participação de 8% na PT nesta
semana, mas não está claro
se os novos proprietários das
ações terão direito a votar sobre a oferta pela Vivo.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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