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Financiar estudante esbarra na evasão e na qualidade do ensino
DE SÃO PAULO
O crédito educativo é a modalidade de financiamento
que ainda tem dificuldade de
se viabilizar no Brasil. O motivo não poderia ser mais
cruel: financiar o estudante
brasileiro envolve altíssimo
risco, na visão dos bancos.
A qualidade do ensino é
ruim, os estudantes chegam
despreparados à universidade e a chance de desistência é
altíssima. De cada 100 ingressantes, só 42 vão terminar o curso superior, segundo o Semesp (sindicato das
universidades privadas).
Finalmente, não há garantia de que o recém-formado
conseguirá entrar no mercado de trabalho.
O tempo de financiamento
de um estudante chega a oito
anos; é tão longo quanto o do
empréstimo imobiliário, só
que sem garantia.
Se o mutuário não paga a
prestação, o banco toma a casa dele. Se o recém-formado
não pagar, o banco perderá o
dinheiro desembolsado.
Por que os bancos vão correr todos esses riscos se podem emprestar dinheiro no
crédito consignado, com
chance zero de perda, a uma
taxa de juro similar?
O modelo só é viável com
juros ainda mais baixos. E
com a melhora da qualidade
do ensino, elevando a empregabilidade.
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