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NEGÓCIOS
Oi afirma que rivais visam barrar o seu avanço em SP
Tele quer novo código de celular para crescer
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
A Oi acusa suas concorrentes de tentarem barrá-la em
São Paulo ao solicitarem à
Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) mais
prazo para a criação de um
outro prefixo de celular na
Grande São Paulo.
Vivo, TIM e Claro pedem
que a mudança proposta pela agência seja discutida com
mais profundidade. Por isso,
dizem, só deveria ser implementada em 12 meses.
A Anatel prevê a criação
do código 10 para os celulares habilitados na Grande
São Paulo. Ele passaria a vigorar a partir de 31 de outubro e funcionaria em paralelo
ao código 11. Chamadas entre
esses códigos seriam locais.
A medida tem como objetivo ampliar a quantidade de
números de telefone disponíveis para as operadoras. Como o prefixo 10 coexistiria
com o 11, cada número poderia ser usado por dois clientes
da Grande São Paulo.
Na documentação apresentada, a agência diz que
hoje existiriam somente 2 milhões de números disponíveis. Mas, segundo o diretor
de assuntos regulatórios da
Oi, Paulo Mattos, os dados
atuais fornecidos pela agência indicam que só existem
850 mil números.
"Não será possível chegar
ao fim do ano com essa quantidade de números", afirma
Mattos. "As operadoras querem jogar essa discussão para o ano que vem para impedir o crescimento da Oi em
São Paulo."
CRESCIMENTO
Mattos afirma que a Oi
atingiu 17% de participação
de mercado na Grande São
Paulo no segundo trimestre
deste ano, mantendo a sua
tendência de crescimento.
"Devemos chegar a 21%
até o fim deste ano. Com essa
marca, só a Oi precisaria de
1,5 milhão de números."
Ainda segundo Mattos,
TIM, Vivo e Claro não têm
pressa em resolver o problema da iminente falta de números. Isso porque elas operam com participação de
mercado praticamente estável. Elas conseguiriam repor
os números de telefones com
os aparelhos que são desabilitados quando o cliente deixa a operadora.
Como a mais recente entrante em São Paulo, a Oi precisa de números novos. Por
isso, será a mais afetada caso
a agência decida adiar a implantação do novo código.
PLANO B
A Oi acredita que a agência
reguladora não irá ceder no
prazo. Mas já sugere alternativas caso ele não seja cumprido. Uma das ideias seria
fazer com que as teles devolvam para a Anatel os números que hoje ficam no estoque quando não são vendidos. A medida encontra resistência das concorrentes.
Outra saída seria trocar os
chips numerados que hoje
equipam as máquinas de cartões de crédito e débito por
outros sem número, um paliativo até que o código 10 entre em vigor.
As concorrentes da Oi negam que estejam tentando
barrá-la e alegam dificuldades técnicas para a implantação do novo código. Pedem
mais prazo à Anatel porque
precisariam ajustar seus sistemas (softwares instalados
nos computadores das centrais telefônicas) para que as
chamadas possam ser realizadas corretamente.
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