São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 2011 |
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ANÁLISE Preços altos em Mato Grosso preocupam mercado de milho LEONARDO SOLOGUREN ESPECIAL PARA A FOLHA Enquanto o mercado internacional segue volátil, no mercado doméstico os preços seguem em patamares firmes e elevados. A incerteza sobre o desempenho produtivo na segunda safra limitam possíveis quedas de preços. A escassez de chuvas em Mato Grosso, aliada à ocorrência de geadas na região Sul do país e em Mato Grosso do Sul, comprometeu o potencial de produção do milho safrinha. O mercado ainda não chegou a consenso sobre o montante da safra que chegou a ser comprometida, mas já se sabe que é expressivo. O sentimento do mercado em relação à oferta futura pode ser observado no comportamento dos preços. Em MS, os preços do milho estão atualmente cerca de 70% superiores em relação aos preços do mesmo período de 2010. No Oeste do Paraná, a valorização já supera o patamar de 80%, enquanto na região Meio-Norte de MT a valorização registrada é de 120%. O valor do preço do milho praticado em MT supera a paridade de exportação projetada para setembro. Portanto, se espera que o preço caia no período de colheita da segunda safra mato-grossense. A valorização recente dos preços do milho no mercado internacional está dando nova perspectiva aos preços do grão no segundo semestre, apesar da expectativa esperada de queda dos preços no Brasil à medida que a colheita da segunda safra avance. O aperto de estoque nos Estados Unidos, aliado ao movimento de especulação climática na região Meio-Oeste, voltou a sustentar os preços futuros da commodity negociados na Bolsa de Chicago. O crescimento das importações de milho pela China é outra grata surpresa. Estimam-se que os chineses já negociaram 4 milhões de toneladas de milho dos EUA. A permanência dos preços altos do milho no mercado internacional é fundamental para o Brasil. É importante destacar que a maior parte da safrinha de MT precisa ser exportada, uma vez que a demanda do Estado não é grande o suficiente para consumir todo o volume produzido. Estima-se que uma parcela significativa da segunda safra de milho do MT já tenha sido comprometida para exportação. No entanto, os altos preços praticados atualmente no Estado também poderão limitar o potencial de nossas vendas externas. É importante lembrar que a "miopia" da real condição de oferta e demanda do cereal no Brasil sempre predominou nesse mercado. LEONARDO SOLOGUREN é engenheiro agrônomo, mestre em economia e sócio-diretor da Clarivi Texto Anterior: Citricultores de SP rateiam custos com pulverização Próximo Texto: Vaivém - Mauro Zafalon: Exportação de máquinas agrícolas aumenta 38% no primeiro semestre Índice | Comunicar Erros |
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