São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 2011

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Demanda chinesa por produtos Apple gera até falsificação de loja

Relato de blogueira americana expôs réplicas em Kunming; fiscais fecharam duas unidade

Pontos da Apple Store no país alcançaram o maior número de visitas e a liderança de faturamento da rede

DE SÃO PAULO

"Pareciam produtos da Apple. Tinha aquela clássica escada sinuosa e a estranha área de descanso no andar de cima. Os funcionários até usavam aquelas camisetas azuis com os crachás da Apple em volta dos pescoços."
O relato está no blog de uma americana de 27 anos que mora em Kunming, na China. Ela descreve o interior de uma loja que reproduz as unidades oficiais de varejo da companhia sem autorização.
A Apple não tem lojas próprias em Kunming, só representantes que não podem usar o nome da Apple Store, famosa pelo rigor do treinamento e o design arrojado.
Intrigada com a similaridade, a blogueira perguntou a uma vendedora se ela trabalhava para a Apple. A resposta foi: sim. Outro atendente confirmou que a unidade não tem autorização.
"Era uma cópia completa da Apple Store. A melhor cópia de uma loja que havíamos visto", escreve a americana.
As réplicas chinesas da Apple são fruto de seu próprio sucesso. Os quatro pontos de venda oficiais no país vivem lotados. A empresa diz que as unidades são agora as lojas de maior movimento no mundo e geram o maior faturamento, superando até a da Quinta Avenida, em Manhattan, que funciona 24 horas.
A Apple diz que está planejando uma terceira loja em Xangai e dezenas de outras espalhadas pelo país. A empresa também anunciou um novo ponto na estação Grand Central, em Nova York, que será o maior da rede.
"A Apple fez o que o Google e o Facebook não foram capazes de fazer: tornar-se a líder do mercado chinês", disse John Quelch, diretor da Escola Internacional China-Europa de administração de empresas, em Xangai. "A escassez estimula as vendas."
O relato no blog repercutiu. Clientes voltaram ao local para cobrar certificado de autenticidade dos produtos.
O barulho foi tamanho que deflagrou uma ação das autoridades. Depois de visitar cerca de 300 pontos comerciais, representantes do governo local ordenaram o fechamento de duas réplicas da Apple Store, do total de cinco encontradas.
As lojas vendiam produtos originais, segundo a equipe de fiscais, mas não tinham alvará de funcionamento.

BRASIL
Embora a companhia não tenha uma Apple Store no Brasil, há pontos de venda exclusivos de seus produtos.
Lojas como iTown ou myStore são revendas autorizadas e tem traços semelhantes às oficiais. Não por acaso. Os Apple Premium Resseller, como são chamados, passam por treinamento com representantes da Apple.

com "New York Times"


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