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JPMorgan adquire o controle da Gávea
Com aquisição, banco americano dobra a sua presença no Brasil
Armínio Fraga ficará por mais cinco anos e terá independência do grupo dos EUA para tocar fundos da Gávea
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
JANAINA LAGE
DO RIO
O americano JPMorgan fechou ontem a compra da Gávea Investimentos, gestora
de recursos do ex-presidente
do BC Armínio Fraga, após
seis meses de negociações.
O negócio dobra a presença do JPMorgan no Brasil e
ainda coloca a "butique de
investimentos" do ex-presidente do BC em uma plataforma global, com acesso aos
EUA, Europa e Ásia.
Além da gestora, o JP
"comprou" também o passe
do próprio Armínio, que ficará à frente da Gávea por mais
cinco anos -havia expectativa de que Fraga voltasse ao
governo numa eventual gestão de José Serra (PSDB).
O ex-BC fazia parte desde
2004 do grupo de conselheiros internacionais do JP.
Pelo acordo, o JPMorgan
terá uma participação de
55% na Gávea. O pagamento
será em dinheiro.
Os valores não foram abertos, mas o mercado calcula
em até US$ 800 milhões.
O restante da venda deverá ocorrer em duas partes de
22,5% cada uma, em prazo de
até cinco anos, com base no
valor da empresa na época.
A Gávea administra um
patrimônio de pouco mais de
R$ 10 bilhões, e o JPMorgan,
de US$ 12 bilhões no Brasil.
A aquisição, que será
anunciada hoje em Nova
York e no Rio, será feita pela
gestora americana Highbridge, considerada a segunda
maior do mundo no setor.
No contrato, Fraga conseguiu garantir independência
para sua equipe definir a gestão dos fundos da Gávea.
O modelo de aquisição segue o que o próprio JP adotou
em 2004, quando comprou o
o controle da Highbridge por
US$ 1 bilhão. Os fundadores
da Highbridge permaneceram à frente da gestão e triplicaram o volume de ativos administrados, que ultrapassam os US$ 20 bilhões.
Fundada em 2003, depois
que Armínio Fraga deixou a
presidência do BC, as principais atividades da Gávea são
a gestão de fundos de hedge,
"private equity" (participação em empresas fechadas) e
de fortunas. A Gávea emprega 119 funcionários.
PROPAGANDA
A associação entre Gávea e
JPMorgan pode facilitar uma
negociação internacional entre agências de publicidade.
A Gávea tem 20% do grupo
ABC de Nizan Guanaes e o JP
está entre os maiores acionistas da americana WPP, que
negociava sua entrada na
ABC. A Gávea tem ainda 13%
do grupo gaúcho RBS, dono
de rádios, TVs e jornais.
Procurados pela Folha,
Armínio Fraga e JPMorgan
disseram que não comentariam o assunto.
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