São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 2011

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Brasil é 'atraente' para asiáticos, diz BID

Principal motivo é que o país e a maioria das economias latino-americanas resistiram à crise mundial de 2008

Em 2010, sul-coreanos investiram US$ 1 bi só no Brasil, sendo 72% em mineração e 21% em manufaturados

GUSTAVO HENNEMANN
ENVIADO ESPECIAL A SEUL

A expansão econômica do Brasil e sua relativa estabilidade transformou o país num "atrativo" regional que fez investidores asiáticos olharem com "perspectiva diferente" para toda a América Latina.
A avaliação é do presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Luis Alberto Moreno. Segundo o colombiano, países como a Coreia do Sul se animaram a fazer investimentos e a apostar no comércio com a região principalmente após 2008, quando o Brasil e a maioria das economias latino-americanas demonstraram força própria e resistiram à crise que abalou a economia mundial.
Em 2010, os sul-coreanos investiram US$ 1 bilhão só no Brasil, sendo 72% no setor de mineração e 21% na produção de manufaturados. "Nos próximos 15 anos, boa parte do crescimento do mundo virá de mercados emergentes, e, desses, quem está contribuindo mais são os países da América Latina e da Ásia", disse Moreno.
Ele conversou com a Folha em fórum comercial que reuniu empresários da América Latina em Seul (Coreia do Sul) na semana passada.
Os investimentos coreanos e o rápido crescimento no intercâmbio comercial do país com a América Latina -16% ao ano nas últimas duas décadas- transformaram a Coreia do Sul no parceiro mais dinâmico dos latino-americanos logo depois da China.

LIVRE-COMÉRCIO
Moreno destacou também o fato de o Brasil ser o principal sócio comercial dos coreanos na região, apesar de ter descartado convite para assinar tratado de livre-comércio.
Segundo o Itamaraty, o Brasil e os demais sócios do Mercosul realizaram estudos e entenderam que seria "cristalizada" a atual estrutura comercial, na qual os sul-coreanos compram commodities e vendem manufaturados.
"Cada país é livre para escolher sua melhor política de inserção na economia global. O acordo com o Mercosul é mais complexo. [O fato de não haver acordo] não é um impeditivo [para estreitar relações]", disse Moreno.
Com uma economia voltada à exportação de eletroeletrônicos e de bens de capital, a Coreia de Sul tenta maior acesso aos mercados da região por meio de acordos de preferência tarifária.
Até agora, os sul-coreanos firmaram tratados com o Chile, em 2004, e com o Peru, neste ano. Também negociam com a Colômbia e com o México.

O jornalista GUSTAVO HENNEMANN viajou a convite do Banco Interamericano de Desenvolvimento.


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