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Sem consórcio coreano, governo deve adiar leilão do trem-bala
Desistência de chineses, franceses e espanhóis e de empreiteiras brasileiras esvazia disputa
Grupo Bertin deixa consórcio de coreanos por "falta de recursos"; asiáticos procuram novo sócio nacional
DIMMI AMORA
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE BRASÍLIA
Empresas brasileiras que
estavam para se associar
com o consórcio coreano do
trem-bala desistiram do negócio. Como é o único que
anuncia interesse no leilão, o
governo deu um prazo para o
grupo se reorganizar ou vai
adiar o leilão, marcado para
segunda-feira.
Hoje os chineses anunciam oficialmente que não
vão entrar se o leilão acontecer na semana que vem.
Franceses e espanhóis já fizeram o mesmo. Alemães e japoneses não devem fazer
anúncio oficial, mas é dado
como certo que estão fora.
Com isso, o leilão poderia
ser vazio. Não teria os três
consórcios que o governo
vem afirmando estarem certos. O custo estimado do projeto é de R$ 33,1 bilhões.
Os coreanos vinham garantindo que entregariam
proposta. No entanto, parceiros brasileiros informaram
ontem que não entrarão. Eles
não teriam recursos garantidos para formar o capital social da empresa privada do
trem-bala, que será de pelo
menos R$ 7 bilhões.
Segundo fontes do mercado, as empresas nacionais tinham acordado que entrariam com R$ 2 bilhões. As coreanas colocariam até R$ 2,5
bilhões. Ainda faltava R$ 1
bilhão para fechar o consórcio, que já estava contando
que os fundos de pensão entrariam depois do leilão com
mais R$ 1,5 bilhão por meio
da Invepar (empresa em que
Previ, Petros e Funcef são sócios com a construtora OAS).
Via assessoria, o grupo diz
que vai apresentar proposta
e que teria hoje 19 empresas
garantidas, mas não divulgará quais são.
SEM RECURSOS
O Grupo Bertin desistiu
oficialmente de compor o
consórcio coreano porque teria dificuldades de levantar
recursos no mercado para
participar.
O motivo principal do recuo é que duas empresas do
grupo (Contern e Cibe) estão
entre os vencedores do leilão
da concessão dos trechos sul
e leste do Rodoanel de SP.
Como a concessão vai investir R$ 5 bilhões, o Bertin
está "sufocado" e não teria
fôlego para se comprometer
com o trem-bala. O alto desconto dado pelo consórcio,
chamado SPMar, na tarifa do
pedágio dos dois trechos
-deságio de 63,35%- também provocou temores de
baixo retorno da concessão.
Ontem mesmo, o consórcio coreano começou a buscar outra grande empresa para fechar o buraco deixado
pelo Bertin. Consultores passaram a tarde em contatos
com eventuais interessados.
No entanto, terão que convencer as outras empresas a
voltar ao negócio, já que elas
se consideram fora.
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