São Paulo, quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

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Medidas do BC derrubam crédito ao consumidor, e juros sobem

Em 2010, volume cresceu 21%, ante 15% em 2009 e 31% em 2008

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

As medidas anunciadas pelo Banco Central em dezembro para frear a expansão do crédito já se refletiram em juros mais altos e queda nos empréstimos.
Financiamentos de veículos e operações de crédito pessoal estão 18% abaixo do verificado em novembro.
A taxa média do juro ao consumidor passou de 39% ao ano, naquele mês, para 45% no início de janeiro, acima dos níveis apurados na crise de 2008/2009.
Em dezembro, o BC começou a esfriar a economia para controlar a alta da inflação. Foram anunciadas restrições ao crédito para o consumo com prazos acima de 24 meses e a retirada de R$ 61 bilhões da economia.
Para a instituição, dezembro marca o fim do processo de recuperação do crédito.
"Os juros subiram bastante em dezembro, e dados parciais de janeiro mostram continuidade nessa elevação. A perspectiva é de encurtamento de prazos e de crédito crescendo a taxas mais acomodadas", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
A inadimplência, que chegou ao menor nível em quase nove anos em dezembro, deve parar de cair, segundo ele, embora não deva subir.
Em 2010, as operações de crédito para consumidores e empresas cresceram 20,5%, acima dos 15% verificados um ano antes, mas abaixo dos 31% em 2008.
O total de empréstimos chegou ao recorde de R$ 1,7 trilhão ao fim do governo Lula (46,6% do PIB). Há oito anos, estava em 26% do PIB. O destaque foram as operações com juro subsidiado (como as do BNDES).
O BC espera alta de 15% no crédito em 2011, mas pode rever o número para baixo devido ao aumento dos juros.


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