São Paulo, domingo, 27 de março de 2011

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Melhor salário motiva busca por canteiros

DE BRASÍLIA

A piauiense Ruth Cristina Trindade de Souza, 22, começou a trabalhar aos dez anos como doméstica em troca de comida, roupas e estudo. Ela foi para Brasília com os pais para se unir ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Quando viu um cartaz na rua de curso de segurança de trabalho, em 2009, resolveu se inscrever. "Pensei que era para trabalhar armada", conta. "Só quando estava na aula é que entendi que era para tratar de todos os equipamentos de segurança usados numa obra. Resolvi ficar."
Conseguiu estágio e logo foi contratada como técnica de segurança. Hoje, é uma das mulheres que controlam o trabalho dos homens numa obra nos arredores de Brasília. Ganha R$ 1.600 e cursa a faculdade de engenharia.
Carlúcia da Costa, de 21 anos, era babá. "Na obra, quanto mais eu produzo, mais eu ganho e o trabalho é muito melhor", diz.
Ludmila Reis Silva, 19, afirma que a construção civil será a alavanca para o seu sucesso profissional. "Lido com pessoas alcoólatras, drogadas, mal-humoradas, mas aprendo. Depois de passar por uma obra, vou me dar bem aonde for." Ela dá treinamento sobre equipamentos de proteção e doenças ocupacionais.
Ludmila diz que sofreu preconceito por ser mulher e muito jovem, mas que isso mudou nos canteiros.
Depois de largar a faculdade de administração porque engravidou e de trabalhar como secretária, a maranhense Ineris Barros, 35, foi procurar emprego na construção civil por recomendação de um amigo. Entrou na obra como auxiliar de almoxarifado e nove meses depois está operando uma escavadeira.
Segundo ela, não é por trabalhar num canteiro de obras que as mulheres vão deixar a vaidade de lado.
"A gente usa brincos, pinta unhas. Venho sempre trabalhar arrumada. Aqui coloco o uniforme." (SD)


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