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Petrobras compra 28 navios-sonda por R$ 50 bi
Licitação recorde da estatal obriga a construção das embarcações no Brasil
Carta-convite foi para nove empresas e consórcios; Petrobras já arrendou sondas no exterior no ano passado
LEILA COIMBRA
DE BRASÍLIA
PEDRO SOARES
DO RIO
Nove empresas e consórcios apresentaram ontem
proposta para participar da
maior licitação da Petrobras
em curso: a contratação de
navios-sonda para atender à
demanda de produção do petróleo no pré-sal, projeto que
demandará entre US$ 22 bilhões e US$ 28 bilhões.
Convertidos pelo dólar de
ontem, os navios-sonda poderão custar mais de R$ 50
bilhões, mais de metade de
todo o orçamento da Petrobras para este ano.
Entregaram os documentos exigidos pela licitação
Andrade Gutierrez, Engevix,
Jurong, Eisa, Keppel Fells,
Atlântico Sul (sociedade entre Camargo Corrêa e Queiroz
Galvão), a coreana STX e
mais dois consórcios: o primeiro formado pela Alusa e
Galvão Engenharia e o outro
composto por Odebrecht,
OAS e UTC Engenharia.
A licitação foi dividida em
quatro lotes com sete navios
cada um, totalizando 28 sondas. Cada uma poderá custar
entre US$ 800 milhões e US$
1 bilhão. A Petrobras não se
manifestou sobre o assunto.
O processo teve início em
outubro do ano passado,
quando a Petrobras enviou
cartas-convite às empresas
fornecedoras, decidindo não
fazer o projeto por meio de
concorrência pública. A primeira sonda deverá ser entregue 48 meses depois da
assinatura do contrato.
O edital obriga os candidatos a construir no Brasil.
Na primeira fase, a companhia quer construir 18 sondas de perfuração e exploração de petróleo e gás, necessárias para confirmar as descobertas do pré-sal e realizar
a produção em fase de testes.
Essas etapas são indispensáveis para avaliar a viabilidade comercial dos campos.
A meta mínima é chegar a
60% de produção de equipamentos e contratação de serviços no Brasil -percentual
considerado ambicioso pela
industria naval, que nunca
construiu sondas no país.
Isso provocou atraso no
processo de licitação, pois os
próprios estaleiros solicitaram mais prazo para cotar e
ajustar as especificações, já
que muitas peças e equipamentos utilizados nos navios-sonda são importados.
Desde 2008, a Petrobras
trabalha nessa licitação. A
ideia da estatal é usar inicialmente três grandes estaleiros
que já contam com estrutura
para montar as sondas:
Atlântico Sul (PE), Rio Grande (RS) e o antigo Ishibrás, no
Rio, que será reativado e arrendado pela Petrobras.
De olho nessa encomenda
bilionária, o grupo Engevix
negocia a compra do Rio
Grande -estaleiro hoje operado pela WTorre, mas cujo
arrendamento foi feito pela
Petrobras, que repassou a
área à empreiteira.
Outros grupos se articulam também para criar novos
estaleiros: o coreano STX no
Ceará, em parceria com sócios brasileiros, e o Eisa (do
empresário German Efromovich, dono da companhia aérea Avianca), em Alagoas.
No ano passado, a Petrobras contratou arrendamento de 12 sondas no exterior,
que serão operadas no país
por empresas brasileiras.
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