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Crédito habitacional alcança o de veículos
Financiamento imobiliário cresce 50% em 12 meses e já tem o mesmo peso dos recursos destinados à compra de carros
Uma das explicações
é o aumento de dois anos no prazo médio
de financiamento
para o setor de imóveis
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
A alta do crédito habitacional já faz com que essa modalidade tenha o mesmo peso
do financiamento de veículos na economia brasileira.
Segundo dados do Banco
Central, no começo de 2009 o
financiamento para veículos
superava o crédito imobiliário em quase 30%. Hoje, a diferença é inferior a 1%.
A venda a prazo de veículos cresceu 30% nos 12 meses
encerrados em abril e bateu
recorde por causa do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido que vigorou até março. No mesmo
período, o crédito imobiliário
no país avançou 50%.
As duas modalidades de
crédito superaram no começo do ano R$ 100 bilhões em
financiamentos cada uma.
Um dos fatores responsáveis por esse crescimento é o
aumento nos prazos dos financiamentos. Desde abril
de 2009, o prazo médio do financiamento habitacional,
que pode chegar a 30 anos,
aumentou dois anos.
De acordo com o BC, o financiamento de imóveis ainda tem um peso pequeno na
economia, mas cresce a taxas
"surpreendentes". Passou de
2,3% do PIB (soma dos bens e
serviços produzidos no país
em determinado período) para 3,2% nos últimos 12 meses.
"Ainda é pouco, mas isso
vem crescendo de forma expressiva e alcançou o financiamento de veículos, que
também representa 3,2% do
PIB", disse o chefe do Departamento Econômico do BC,
Altamir Lopes.
Em países emergentes como Chile, México e África do
Sul, essa participação fica
próxima de 10% do PIB. Nos
desenvolvidos, supera 60%.
Os números do BC mostram que, nesse período, o
crédito para veículos teve
crescimento expressivo. Em
abril, as concessões de novos
financiamentos nessa área ficaram 83% acima do verificado um ano antes.
Foi o segundo melhor resultado da história, atrás
apenas do de março, último
mês com o desconto do IPI.
Os prazos também aumentaram, de uma média de 48
meses em abril de 2009 para
52 meses neste ano.
Os setores habitacional e
de veículos estão entre as
principais modalidades que
impulsionaram o crescimento recente do crédito, que registrou uma expansão anual
de 17,6% até abril.
Para o presidente da ABBC
(Associação Brasileira dos
Bancos), Renato Martins Oliva, o crédito ao consumidor
deve se desacelerar. Ele projeta um crescimento de 20%
para 2010 (mesma previsão
do BC) e de 10% para 2011.
FOLHA.com
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