São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 2011

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Interior lança mais residência que capital

Número de lançamentos é sete vezes maior, enquanto na Grande São Paulo caiu 42%; econômicos puxam alta

Fuga de paulistano e lotação de Alphaville fomentam Jundiaí; capital sofre com encarecimento de m2

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Como sinal de que a explosão imobiliária no mercado paulistano perde força, o número de lançamentos de imóveis residenciais no interior de São Paulo supera o da capital pela primeira vez.
É o que mostra um estudo feito pela imobiliária Coelho da Fonseca para a Folha, que considerou o período de janeiro a abril.
O total de unidades lançadas fora da região metropolitana (portanto, interior do Estado e litoral) superou 6.650 -número que é mais de sete vezes o verificado no mesmo intervalo de 2010.
O resultado também é 26% maior que o registrado na capital neste ano.
O estudo revela ainda que o mercado paulistano lançou 42% menos unidades que no primeiro quadrimestre do ano passado.
Jundiaí, a 60 km da capital paulista, foi a cidade com o maior número de lançamentos no período, cerca de 1.400 unidades.
Metade delas pertence ao segmento considerado de médio padrão pelo levantamento (de R$ 3.001 a R$ 5.500 o m2); 33% são do nicho econômico (até R$ 3.000 o m2) e 17% de médio-alto padrão (de R$ 5.501 a R$ 8.000 o m2).

FUGA DE PAULISTANOS
A imobiliária Fernandez Mera, que atua em Jundiaí, diz que tem crescido o número de moradores da capital paulista transferindo a residência para a cidade vizinha, embora continuem a trabalhar em São Paulo.
De acordo com a empresa, cerca de 30% dos imóveis lançados atualmente em Jundiaí são comprados por paulistanos em busca de mais qualidade de vida a preços menores. Há três anos, eram 10%, em média.
Os imóveis mais procurados são apartamentos de dois ou três dormitórios e 70 m2 a 80 m2.
A imobiliária diz ainda que as residências em Jundiaí podem ser até 50% mais em conta que em São Paulo, dependendo do padrão. E 30% mais baratas que em Alphaville -endereço que já foi o destino preferido de quem queria fugir da capital.
"Agora, temos casos de paulistanos fazendo uma segunda migração, vindo de Alphaville. A principal queixa é a lotação", diz Hamilton de Campos, diretor operacional da regional de Jundiaí da Fernandez Mera.
Para evitar que essa "lotação" afete também Jundiaí, a prefeitura informa que está estudando novas restrições à construção na cidade. Entre elas, a redução em 30% do limite permitido para o tamanho das obras.
"Além da demanda por qualidade de vida, também pesa na decisão do cliente a oportunidade de compra, com os valores dos imóveis mais baixos no interior", diz Fátima Rodrigues, diretora de lançamentos da Coelho da Fonseca. Na capital, os terrenos ficaram muito caros, com reflexo nos preços das residências", completa.
Santos foi a cidade em que a proporção de lançamentos econômicos, de médio e médio-alto padrões foi mais equilibrada: um terço para cada segmento.
O mercado imobiliário santista tem sido estimulado pelos investimentos ligados ao pré-sal -assim como o de outras cidades da Baixada, como Praia Grande.
Já Campinas e São José dos Campos tiveram 100% das novas unidades no nicho de médio padrão.
De acordo com imobiliárias ouvidas pela Folha, ambas as cidades foram favorecidas tanto pela instalação de novas empresas em seu entorno quanto pela proximidade da capital paulista.


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