São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010

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ENTREVISTA
MARCOS MOLINA DOS SANTOS


Marfrig atinge objetivo ao completar cadeia da carne


PRESENTE DO ABATE ATÉ O PRODUTO FINAL, GRUPO BUSCA AGORA MELHORAR A EFICIÊNCIA E ATENDER BEM AOS CONSUMIDORES


DE SÃO PAULO

O grupo Marfrig atingiu o seu principal objetivo: participar de todos as fases na produção de carnes.
"Nossa estratégia sempre foi fazer produtos de valor agregado, estar presente em toda a cadeia produtiva -do abate até o produto final- e atender aos melhores clientes do mercado", disse à Folha o presidente do grupo, Marcos Molina dos Santos.
Mesmo após crescimento tão expressivo, o empresário diz que seu principal objetivo, daqui para a frente, é, simplesmente, atender bem seus consumidores e melhorar eficiência.
"Nunca pensamos em crescimento. Trabalhamos para atender a demanda dos clientes. Então, se eles estiverem crescendo, vamos crescer também", diz.
(MAURO ZAFALON e TATIANA FREITAS)

 


Keystone
O ponto forte da Keystone é o "food service" (alimentação fora do lar). Ela não tem uma marca que vai para o consumidor, como a Seara. Mas nós temos os produtos que vão para o varejo e vamos aproveitar toda a plataforma de distribuição, a qualidade dos produtos da Keystone e o know-how que temos no varejo para colocar os produtos nas gôndolas dos EUA.

Seara
A Seara é um bom desafio. Queremos transformá-la em uma marca de ponta. Ela chegou a ter 16% de participação de mercado no Brasil. Nosso primeiro objetivo é voltar a ter esses 16% -quando assumimos, o "market share" dela estava em torno de 4%. Agora é preciso fazer uma nova avaliação.

Internacionalização
Já estamos presentes no mundo todo. A Cargill exportava 80% da produção da Seara, por isso ela é conhecida como um produto de exportação. Agora, como nós temos as plataformas, vamos começar a produzir Seara no Uruguai, no Chile e na Argentina. Ela já é conhecida, só não tinha produção local.

China
Com a Keystone, ganhamos unidades na Ásia. Todo mundo hoje está vendo na China um grande potencial de consumo, tanto é que todas as redes de "food service" estão crescendo muito lá. Mas não considero que saio à frente de meus concorrentes com uma unidade na China. Fomos para lá para atender nossos clientes.

Integração
Em quase todos os países em que atuamos, a Seara e a Keystone têm sinergias. Na Europa, temos a produção e o varejo. A Keystone tem o "food service" e a distribuição. Juntando tudo, fica uma operação completa.

Aceitação externa
O Brasil melhorou muito do ponto de vista sanitário. Já estamos no caminho para atingir os mercados mais rentáveis, mas acho que é um problema mais político do que sanitário. Hoje não tem por que o Brasil, por exemplo, não exportar para o Japão. Os japoneses não aceitam a carne brasileira porque há vacinação contra a aftosa.

Pecuaristas
Temos muitos programas de incentivos, não só no preço como até na inseminação. O programa de inseminação permite que tenhamos o mesmo padrão de carne. Isso é possível porque há seleção de sêmen para o pecuarista.

Conquistas
Crescer tanto como crescemos é mais responsabilidade do que benefício. Acho que aonde cheguei é só fruto do trabalho. E quero continuar atendendo bem meus clientes porque temos uma plataforma grande, muito sólida.


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