São Paulo, terça-feira, 27 de julho de 2010 |
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Lula articula acordo Oi-Portugal Telecom
Governo planeja operação para que empresas se associem e possam tocar o Plano Nacional de Banda Larga
KENNEDY ALENCAR DE BRASÍLIA O governo Lula articula uma operação para que a Oi e a Portugal Telecom virem sócias e possam começar a tocar ainda neste ano o Plano Nacional de Banda Larga. Segundo a Folha apurou, o governo estimula uma participação cruzada. A PT (Portugal Telecom) teria uma fatia minoritária da Oi, mantendo o controle da empresa com capital nacional, como deseja o governo, e prevê um acordo de acionistas. Em contrapartida, a Oi teria uma participação minoritária na PT em empreendimentos da empresa na Europa e, eventualmente, na África. O governo de Portugal aprova a articulação brasileira. Lula e o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, já trataram do assunto. Viabilizada a parceria, o governo gostaria que Oi e Portugal Telecom fossem as responsáveis pela implementação do PNBL (Plano Nacional de Banda Larga). No desenho feito no governo, a Telebrás, estatal "ressuscitada", seria a gestora, mas a operação ficaria com a Oi e a Portugal Telecom. A Folha apurou que o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, é encarregado de chefiar grupo que estuda como viabilizar a participação cruzada da Oi com a Portugal Telecom. Realizada essa etapa, o governo estimulará a empresa a entrar na disputa pela implementação do PNBL, que prevê a universalização de acesso à internet no Brasil a tarifas menores que as atuais. Coutinho discute o assunto com Cesar Alvarez, assessor da Presidência encarregado de viabilizar o PNBL. A Oi é controlada por dois empresários que têm bom trânsito político com Lula: Carlos Jereissati, do Grupo La Fonte, e Sérgio Andrade, da Andrade Gutierrez. A Portugal Telecom está com caixa alto para investir. Esse caixa pode ser ampliado se ocorrer a venda para a espanhola Telefónica da participação portuguesa na Vivo. A Oi tem restrições de caixa e vê com bons olhos a eventual parceria com a PT. Lula já mudou a legislação do setor para permitir a fusão da Telemar com a Brasil Telecom, o que resultou na Oi. Agora, trata-se de uma operação mais complexa, mas fundamental para evitar, nas palavras de um auxiliar direto de Lula, que a Oi se enfraqueça como empresa a ponto de os acionistas reverem o acordo que blinda a venda da empresa para um investidor externo. Mais: Lula quer que a operadora do PNBL seja uma empresa com controle nacional. BANDEIRA Esse plano é uma das principais bandeiras do final do governo Lula e da candidata do PT à Presidência, a ex-ministra Dilma Rousseff. Os donos da Oi têm levado queixas ao governo sobre a competitividade no Brasil. Lula vê a associação com uma empresa de Portugal como a melhor saída. Reforçaria laços econômicos e políticos com a antiga metrópole. As atividades empresariais portuguesas na África, continente ao qual Lula deseja dar atenção após sair da Presidência, também contribuem, na visão do governo brasileiro, para que o poder público estimule a parceria Oi-Portugal Telecom. Texto Anterior: Análise: Piora nas contas externas expõe necessidade de rever regulação Próximo Texto: Vivendi enviará nova defesa para a CVM Índice |
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