São Paulo, terça-feira, 27 de julho de 2010

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Eletrobras quer começar a atuar nos EUA

Estatal dá início à internacionalização com a construção de três usinas hidrelétricas

PEDRO SOARES
DO RIO

Dentro de seu projeto de internacionalização, a Eletrobras estuda comprar participações minoritárias em duas empresas de energia nos EUA. Estão em análise 11 usinas eólicas, linhas de transmissão e hidrelétricas, segundo o superintendente da área internacional da estatal, Sinval Gama.
O negócio nos EUA pode ser fechado ainda neste ano, antes mesmo de a estatal dar início à operação no exterior. Isso está previsto para 2011, quando serão iniciadas as obras de três hidrelétricas em três diferentes países: Argentina, Nicarágua e Peru.
O executivo disse que a entrada nos EUA servirá para conhecer melhor aquele mercado, que receberá muitos investimentos com a intenção do presidente Barack Obama de "limpar a matriz energética do país".
Gama afirmou que as participações nos EUA serão limitadas em até 5% do capital das empresas -o que corresponde a um investimento de cerca de US$ 60 milhões em cada companhia. O objetivo é investir em até duas companhias com capacidade de geração de 300 MW.
Já entre os projetos na América Latina que começam a ser construídos em 2011, só foi definido o custo do empreendimento peruano: US$ 2,5 bilhões. A usina terá capacidade de gerar 2.000 MW.
A meta da Eletrobras é obter, em 2020, 10% do faturamento total no exterior.
Segundo Gama, a Eletrobras só investe fora do país em projetos que têm rentabilidade melhor que os empreendimentos brasileiros. "O setor no Brasil é muito competitivo e a rentabilidade é baixa. Tomamos a decisão de só fazer fora do Brasil se a lucratividade for maior."

BAIXO RETORNO
Gama afirmou que a busca por novos mercados é uma forma de corrigir o problema do baixo retorno no Brasil. Trata-se, diz, de um expediente usado pelas grandes empresas do setor, que investem em países com mercados menores e baixo nível de competição, onde conseguem um retorno mais alto.
No Brasil, a margem da Eletrobras é inferior a 10%, considerada baixa por muitas empresas do setor. No caso da usina de Belo Monte, grandes grupos -como Odebrecht- desistiram do investimento por considerar o retorno insuficiente.
A Bolívia também está disposta a formar parcerias com a Eletrobras para desenvolver projetos de geração de energia, segundo o vice-ministro de Eletricidade e Energias Alternativas da Bolívia, Roberto Echazú, que participou de seminário sobre integração energética, organizado pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel-UFRJ).


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