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Eletrobras quer começar a atuar nos EUA
Estatal dá início à internacionalização com a construção de três usinas hidrelétricas
PEDRO SOARES
DO RIO
Dentro de seu projeto de
internacionalização, a Eletrobras estuda comprar participações minoritárias em
duas empresas de energia
nos EUA. Estão em análise 11
usinas eólicas, linhas de
transmissão e hidrelétricas,
segundo o superintendente
da área internacional da estatal, Sinval Gama.
O negócio nos EUA pode
ser fechado ainda neste ano,
antes mesmo de a estatal dar
início à operação no exterior.
Isso está previsto para 2011,
quando serão iniciadas as
obras de três hidrelétricas em
três diferentes países: Argentina, Nicarágua e Peru.
O executivo disse que a entrada nos EUA servirá para
conhecer melhor aquele mercado, que receberá muitos
investimentos com a intenção do presidente Barack
Obama de "limpar a matriz
energética do país".
Gama afirmou que as participações nos EUA serão limitadas em até 5% do capital
das empresas -o que corresponde a um investimento de
cerca de US$ 60 milhões em
cada companhia. O objetivo
é investir em até duas companhias com capacidade de
geração de 300 MW.
Já entre os projetos na
América Latina que começam a ser construídos em
2011, só foi definido o custo
do empreendimento peruano: US$ 2,5 bilhões. A usina
terá capacidade de gerar
2.000 MW.
A meta da Eletrobras é obter, em 2020, 10% do faturamento total no exterior.
Segundo Gama, a Eletrobras só investe fora do país
em projetos que têm rentabilidade melhor que os empreendimentos brasileiros.
"O setor no Brasil é muito
competitivo e a rentabilidade
é baixa. Tomamos a decisão
de só fazer fora do Brasil se a
lucratividade for maior."
BAIXO RETORNO
Gama afirmou que a busca
por novos mercados é uma
forma de corrigir o problema
do baixo retorno no Brasil.
Trata-se, diz, de um expediente usado pelas grandes
empresas do setor, que investem em países com mercados
menores e baixo nível de
competição, onde conseguem um retorno mais alto.
No Brasil, a margem da
Eletrobras é inferior a 10%,
considerada baixa por muitas empresas do setor. No caso da usina de Belo Monte,
grandes grupos -como Odebrecht- desistiram do investimento por considerar o retorno insuficiente.
A Bolívia também está disposta a formar parcerias com
a Eletrobras para desenvolver projetos de geração de
energia, segundo o vice-ministro de Eletricidade e Energias Alternativas da Bolívia,
Roberto Echazú, que participou de seminário sobre integração energética, organizado pelo Grupo de Estudos do
Setor Elétrico (Gesel-UFRJ).
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