São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 2011

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Na Bolsa, ações da Petrobras ganham fôlego para subir

Foco do novo plano de investimento agradou, mas críticas sobre o preço de combustíveis permanecem

Papéis têm valorização de 3% em dois dias, na contramão do índice da Bolsa; hora é boa para comprar, diz analista

TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

O novo plano de investimentos da Petrobras deve fortalecer as ações da estatal, pelo menos no curto prazo, após meses de forte desvalorização, causada pela desconfiança dos investidores na gestão da empresa.
Desde o anúncio do aguardado plano, na sexta-feira passada, as ações preferenciais da companhia subiram 3%, na contramão do mercado --o Ibovespa (principal índice da BM&FBovespa) caiu 1,54% no mesmo período.
O anúncio acabou com uma das principais preocupações do mercado: a capacidade de a Petrobras financiar o seu ambicioso plano de investimentos, sem prejudicar sua gestão financeira. Como a cifra anunciada, de US$ 224,7 bilhões, foi menor do que a esperada, agradou.
Analistas e investidores também gostaram da decisão da empresa de ampliar investimentos em exploração e produção de óleo e gás, que trariam retorno mais rápido.
A medida vem acompanhada da redução dos aportes em refino, transporte e comercialização de gás e energia, atividades consideradas menos atrativas para geração de caixa, mas apontadas pela empresa como fundamentais para garantir o abastecimento de derivados no país.
"Era tudo o que o mercado queria ouvir", afirmou o analista Marcos Pereira, da Votorantim Corretora.
Para ele, o anúncio deve beneficiar o desempenho das ações no curto prazo e pode servir para recuperar a confiança do investidor na administração da empresa.
Após o anúncio, o banco de investimentos UBS elevou a recomendação para as ações ordinárias da empresa de neutra para compra, com preço alvo de R$ 37 --o papel fechou a R$ 26,38 ontem.
"Acreditamos que seja hora de comprar devido aos pequenos sinais de melhora da governança e disciplina de investimentos", disse a analista do UBS Lillyana Yang.
Mas o analista de um grande banco nacional destaca que outros fatores, como a crise na Europa e incertezas sobre a dívida americana, podem atrapalhar a retomada.

PROBLEMAS
O anúncio amenizou a crise entre o mercado e a Petrobras --no ano, as ações acumulam queda de 11,7%. Mas essa relação ainda está longe de uma "lua de mel".
Os analistas demonstraram preocupação, por exemplo, com o aumento de US$ 10 bilhões nos custos de projetos anunciados e com a queda de 19% na estimativa para a geração de caixa nos próximos cinco anos.
Mas a manutenção dos preços da gasolina e do diesel no mercado interno continua sendo a principal crítica. E, pelo que indicou ontem o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, esse desconforto vai continuar.
Ele descartou a possibilidade de reajuste dos preços dos combustíveis no curto prazo. Segundo ele, se os preços no mercado internacional se estabilizarem nos atuais patamares, haverá "no futuro" uma decisão de ajuste no mercado doméstico, sem precisar quando essa alteração pode ser feita.

Colaborou LEILA COIMBRA, do Rio


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