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Fiado dá lugar ao cartão em mercados
Bancos lançam marcas próprias para clientes de pequenas lojas na periferia de capitais do Nordeste
Público-alvo são pessoas de baixa renda que não têm acesso
a cartões de crédito
de grandes bandeiras
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
O velho hábito de comprar
fiado está sendo substituído
na periferia das capitais nordestinas pelo uso do cartão
de crédito.
Instituições financeiras da
região criaram cartões "private label" (de marca própria) que estão sendo usados
em pequenos mercados e em
mercearias da região.
O público-alvo são pessoas de baixa renda, sem
conta em banco ou sem cartões de grandes bandeiras.
O Banco Gerador, o único
privado com atuação nacional sediado no Nordeste, lançou em junho o cartão Banorte. A emissão é gratuita e não
há cobrança de anuidade.
Desde julho, ele é testado
em três mercados da região
metropolitana de Recife, onde dois terços dos clientes
não tinham cartões de grandes bandeiras. "Nossa meta é
atingir 4.000 mercados e
mercearias em três anos",
afirma Pedro Dalla, presidente do Banco Gerador.
A estratégia é levar o cartão Banorte a comércios de
loja única, que não integram
redes, localizados no interior
dos Estados ou na periferia
das capitais e com faturamento anual entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões.
"As empresas precisam de
capital para repor seus estoques e aproveitar o forte crescimento econômico do Nordeste. Quando o lojista vende
fiado, fica sufocado. Com o
cartão, ele pode antecipar o
recebimento", observa Dalla.
FIDELIZAÇÃO
José Batista da Silva, dono
do mercado Boa Opção, em
Jaboatão dos Guararapes, na
região metropolitana de Recife, aderiu ao Banorte com a
expectativa de fidelizar a
clientela. Ele espera elevar
em 20% seu faturamento de
R$ 1,4 milhão por ano.
Outra vantagem, diz Silva,
é que não será mais preciso
cobrar dívida de porta em
porta. Dos cerca de 800 clientes, até agora 220 fizeram o
cartão, usado em 6% das
vendas do mercado.
Cliente do Boa Opção há
seis anos, a dona de casa Josicleide Campos usa desde
junho o cartão Banorte do
marido, Uiraquitan Xavier,
para pagar as compras.
O limite é de R$ 200, um
terço da renda da família. Ela
já pagou três faturas, em dia
e no próprio mercado.
"O cartão facilita bastante.
Nem sempre eu tinha dinheiro para comprar. Quero fazer
o Hypercard, que é aceito em
todas as lojas", diz ela.
Há seis anos, o grupo Oboé
emite o Oboé Card, usado em
46 mercados da periferia de
Fortaleza e em 18 da de São
Luís do Maranhão.
O número de cartões deve
passar de 160 mil hoje para
210 mil em 2011. Até 2012, a
meta é levar o cartão para
Salvador, Recife e Natal.
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