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Defesa da concorrência fica desfalcada até o ano que vem
Lula deixa escolha de presidente do Cade para sucessora; quorum reduzido retarda julgamento da fusão de Perdigão e Sadia
MÁRIO SÉRGIO LIMA
DE BRASÍLIA
Dois dos órgãos que compõem o SBDC (Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência) perderam em novembro
seus comandantes, sem uma
perspectiva de novidades até
o início do mandato da presidente eleita Dilma Rousseff.
No início do mês, Arthur
Badin deixou o cargo de presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica para iniciar sua quarentena de quatro meses.
Apesar das realizações de
seu mandato, Badin estava
longe de ser uma unanimidade. Ele era considerado centralizador.
Sua saída já estava anunciada desde maio, mas somente na segunda quinzena
de novembro é que o Ministério da Justiça enviou uma lista de nomes à Presidência da
República para substituí-lo.
SEGREDO
A pasta não divulga os nomes. Segundo fontes ouvidas
pela reportagem, o atual ministro, Luiz Paulo Barreto, teria imposto o segredo com a
finalidade de não criar pressões políticas por nenhum
nome sobre a equipe de transição. E o presidente Lula
pretende deixar a escolha para o governo Dilma.
Interinamente, a presidência do Cade está sendo ocupada pelo conselheiro Fernando de Magalhães Furlan.
Mas o conselho atua no limite, pois junto com Badin o
conselheiro César Mattos
também deixou o posto. Com
cinco conselheiros, o órgão
está com o quorum mínimo
para os julgamentos.
Se um conselheiro ficar
impossibilitado de participar
de uma sessão de julgamentos, o caso não poderá ser
analisado. É o que ocorre
com a fusão de Perdigão e Sadia, para a formação da Brasil Foods, que não será julgada neste ano.
Fernando Furlan, primo
do presidente do conselho da
empresa, Luiz Fernando Furlan, alegou impedimento de
participar por conta dessa
proximidade, embora, por
lei, pudesse estar presente.
Nos bastidores, o nome de
Fernando de Magalhães Furlan é bastante comentado para seguir como presidente do
Cade para o próximo biênio.
No meio de novembro, foi
a vez de a comandante da
SDE (Secretaria de Defesa
Econômica), Mariana Tavares, deixar o posto. Em seu
lugar, assumiu Diego Faleck,
seu chefe de gabinete.
De acordo com a assessoria do órgão, a saída já era esperada e, dado o fato de que
Faleck já trabalhava em parceria com ela, a transição é
considerada natural. Sua
permanência é confirmada
até o fim do ano.
Haverá substituição também na representação do Ministério Público Federal no
Cade. Alegando "falta de
saúde" para encarar as pressões políticas e econômicas
sobre o cargo, além do acúmulo de funções, o procurador Augusto Aras deixa o cargo ao fim do ano.
Seu substituto já está decidido: será o também procurador Luiz Augusto Lima.
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