São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

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Rombo do banco PanAmericano deve ir a R$ 4 bi

Avaliação inicial era de um buraco de R$ 2,5 bilhões nas finanças da instituição do Grupo Silvio Santos

Balanço de 2010 está sendo finalizado e será enviado à CVM na 2ª; fundo garantidor estuda uma saída financeira

MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO

O rombo do banco Pan- Americano é de aproximadamente R$ 4 bilhões, R$ 1,5 bilhão superior aos R$ 2,5 bilhões estimados pelo Banco Central e pelo Fundo Garantidor de Créditos em novembro do ano passado, segundo a Folha apurou com técnicos que finalizam o balanço.
O balanço de 2010 será entregue na próxima segunda-feira na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
O novo valor é resultado de fraudes contábeis feitas pela antiga diretoria. Os executivos vendiam carteiras de crédito para outros bancos, mas mantinham os valores na contabilidade para disfarçar os resultados negativos.
Auditores, economistas e advogados estão chocados com a bagunça que imperava na administração do banco.
Os rumores sobre o aumento do rombo derrubaram ontem em 9,27% a cotação das ações preferenciais do banco de Silvio Santos. De 31 de dezembro até ontem, haviam subido 19,75%.
Em 15 de novembro do ano passado, a Folha revelou que o buraco do PanAmericano poderia ser maior do que os R$ 2,5 bilhões.
O rombo foi coberto por empréstimo do Fundo Garantidor de Créditos, entidade privada que recebe recursos dos correntistas, a Silvio.
Ontem, "O Estado de S. Paulo" informou que o rombo maior deve exigir um novo empréstimo do fundo.
O fundo só cobrirá o rombo a maior descoberto se não houver outra saída.
O que se negocia é uma engenharia financeira pela qual Silvio Santos ganharia um novo sócio. Quatro bancos demonstram interesse no PanAmericano por conta da clientela que ele tem nas classes C e D: Bradesco, Santander, Safra e BCG Pactual.
O fundo não quer colocar mais dinheiro no PanAmericano, mas pode dar garantias a um eventual novo sócio.
Três possibilidades de ajuda já foram discutidas: 1) o fundo pode se responsabilizar pelo contingenciamento, ou seja, ficaria responsável pela reserva que o BC obriga as instituições a fazer quando têm inadimplência;
2) a entidade pode dar fiança ao novo sócio para as carteiras de crédito do PanAmericano;
3) pode fazer algum acordo com a Caixa, pelo qual a sócia do PanAmericano entraria com novos recursos.

OUTRO LADO
O Grupo Silvio Santos não comenta o aumento do rombo. Mas executivos disseram à Folha que o Fundo Garantidor pressiona o empresário para que ele venda o Pan- Americano por um preço menor para um dos grandes bancos brasileiros.
O PanAmericano não quis se pronunciar. O fundo diz que vai esperar o balanço para fazer comentários.


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