São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

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commodities

Empresas de Eike perdem R$ 13 bi em valor de mercado em 4 meses

De acordo com executivo, recuo não prejudica os investimentos das companhias do grupo

Bilionário brasileiro capta com bancos e investidores privados enquanto fica fora dos mercados acionários

DA BLOOMBERG

As empresas de Eike Batista perderam US$ 7,6 bilhões (R$ 12,76 bilhões) de valor de mercado em quatro meses e tiveram o maior fracasso entre as ofertas públicas iniciais do mercado brasileiro desde 2008, segundo cálculos da Bloomberg.
Para o diretor de investimento do bilionário, entretanto, a perda não prejudica as empresas do grupo.
"Não falta investidor e não falta banqueiro que venha aportar dinheiro com a gente", disse Luiz Arthur, diretor de investimentos da EBX Group Ltd., controladora da maioria dos ativos do empresário, em entrevista por telefone. "Não é um problema."
Eike, que disse precisar de US$ 15 bilhões (R$ 25 bilhões) para financiar de portos a plataformas de petróleo em dois anos, tem captado financiamento com bancos e investidores privados desde junho, enquanto fica fora dos mercados acionários.
Ele engavetou planos de abrir o capital da EBX depois da oferta de ações da OSX Brasil SA, em março, que resultou numa queda de 44% dos papéis mesmo depois de Eike ter reduzido o preço da oferta inicial em até 40%.
Em junho, a LLX Logística SA, desenvolvedora de portos do grupo, recebeu empréstimo de US$ 1,21 bilhão (R$ 2 bilhões) do BNDES, enquanto a construtora de embarcações OSX levantou US$ 420 milhões (R$ 705 milhões) com um grupo de bancos liderados pelo DVB Bank SE, em setembro.
Também naquele mesmo mês, a empresa SK Networks Co., da Coreia do Sul, acertou um investimento de US$ 700 milhões (R$ 1,2 bilhão) na mineradora MMX Mineração & Metálicos SA.
Eike encaminhou as questões a Arthur, gestor financeiro de suas companhias, segundo a assessoria de imprensa da EBX.

FILA DE BANQUEIROS
Eike tem uma "fila de banqueiros" para financiar seus planos de investimentos, disse Arthur em entrevista em 12 de janeiro. Ele disse, nesta semana, que está abrindo um escritório em Nova York para estreitar relações com investidores internacionais.
O empresário, de 53 anos, ficou em oitavo lugar em um ranking dos maiores bilionários do mundo da revista "Forbes" após abrir o capital das empresas de mineração e energia. Quatro IPOs desde 2006 resultaram em US$ 12,3 bilhões (R$ 21 bilhões), a maior quantia já levantada por uma pessoa em aberturas de capital no Brasil.
Mas os mercados de ações mostraram-se mais cruéis em 2010 com o atraso na construção do estaleiro da OSX, levando investidores do IPO a venderem suas ações.
A queda dos papéis da OSX foi a maior para uma abertura de capital desde o recuo das ações com a crise financeira global de 2008.
As ações dos outros dez IPOs brasileiros realizados no ano passado subiram 55%, em média. O valor da ação da OSX em R$ 450 está 66% abaixo do teto da faixa de preço estimada por Eike antes de reduzi-lo em meio à fraca demanda.
A OSX caiu 13% em sua estreia em março, levando o empresário a responder aos jornalistas sobre a vantagem de vender ações em estágios pré-operacionais.
"Este é um vento que no futuro vai gerar muito ouro", disse ele durante um evento naquele dia em São Paulo.
A LLX caiu 31% desde o recorde alcançado em setembro. Em termos gerais, as empresas de Eike de capital aberto perderam R$ 12,7 bilhões em valor de mercado desde o final do terceiro trimestre, ou 13% do total, segundo dados da Bloomberg.


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