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Crédito - Modo de usar
GUIA DO CRÉDITO Confira dicas para negociar juros e prazos de financiamento
ANDRÉ PALHANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Após anos de abstinência, o brasileiro volta a ter
crédito, uma "máquina do tempo" que permite à pessoa importar um dinheiro que terá no futuro, após
anos de trabalho, para suprir uma necessidade do presente -morar, abrir um negócio, estudar. Sem ele,
projetos brilhantes jamais teriam saído do papel; mas
o mau uso pode fazer dele um pesadelo.
É uma cena comum: separadamente, as parcelas daquele eletrodoméstico estiloso, do carro novo e das passagens aéreas das últimas férias parecem inofensivas,
amigáveis e cabem tranquilamente no bolso.
Quando chega a conta do
cartão de crédito ou o extrato
bancário, no entanto, vem o
susto. E a pessoa descobre
que, juntas, aquelas prestações já queimaram a gordura
acumulada entre ganhos e
gastos fixos da casa -ou seja, estouraram o orçamento.
Isso sem falar nos imprevistos. Além do desemprego,
situações como doenças, separações e até mesmo um
simples reparo do carro figuram entre as principais causas de desequilíbrios temporários no orçamento pessoal.
"O nível de endividamento
ideal para uma pessoa é de
20% a 30% de sua renda líquida mensal. O endividamento médio do brasileiro
hoje está em torno de 50%",
afirma Bruno Azevedo, consultor da Foco Financeiro.
Para equilibrar as contas,
só há duas opções, que podem ser combinadas: ganhar
mais ou gastar menos.
RESERVA DE EMERGÊNCIA
Com a renda já comprometida com tantas prestações, a
pessoa corre o risco de se tornar inadimplente.
Controlar as despesas é
imprescindível, sobretudo
para quem está no vermelho.
"É claro que não é prazeroso passar um sábado fazendo
o orçamento familiar, mas se
não fizer a pessoa nunca terá
esse controle", diz Azevedo.
Contar com uma reserva
de 3 a 6 meses dos gastos fixos (mais as prestações) é
também recomendável.
O cuidado deve ser redobrado com o cheque especial. Tomar um empréstimo
para cobrir o buraco na conta
pode reduzir à metade os juros do cheque especial, que
só deve ser usado em curtíssimo prazo. O mesmo vale para
o cartão de crédito.
Um estudo do Ministério
da Fazenda creditava a um
motivo cultural o uso maciço
do cheque especial: as pessoas tinham vergonha de pedir empréstimo no banco.
Com o avanço do atendimento eletrônico, a contratação de empréstimo pessoal
está disponível na internet e
nos caixas eletrônicos.
"Quem enfrenta seus problemas financeiros encontra
forças para superá-los. Muitas vezes, vira o jogo e passa
de devedor a investidor",
afirma Álvaro Modernell,
consultor da Mais Ativos.
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