São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

"Não temos limite para investir", diz presidente da GVT

Operadora aplicará R$ 10 bi nos próximos 5 anos para expandir cobertura; gargalos, como falta de profissionais, ameaçam plano

JULIO WIZIACK
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

Adquirida há um ano pela Vivendi por R$ 7,7 bilhões, a GVT será o motor de crescimento do grupo francês de mídia, que decidiu abrir o caixa da matriz para o Brasil.
"Não temos limite para investir", disse à Folha o presidente da GVT, Amos Genish. Nos próximos cinco anos, a operadora pretende atender 80 novas cidades, passando a cobrir 180 no total, sendo 22 em São Paulo. O investimento chegará a R$ 10 bilhões.
"Até lá, teremos 5 milhões de novos assinantes [hoje são 4,2 milhões] e uma receita de R$ 6 bilhões somente com telefonia", disse.
Com a venda de sua participação na NBC Universal, dona de estúdios de TV e cinema nos EUA, a Vivendi mantém US$ 5,8 bilhões para investimentos. "Eles querem apostar na GVT", diz Genish.
Motivos: mesmo com 3% na geração de receita, a GVT já representa 15% do valor de mercado da Vivendi. Segundo analistas, isso se explica pelo potencial de crescimento da operadora no país.
Mas há um problema. Faltam profissionais especializados na construção das redes e na instalação de equipamentos.
Criada em 2000 como "espelho" (concorrente) da Brasil Telecom, a GVT foi a única sobrevivente dentre as operadoras similares.
Em pouco mais de uma década de atuação, tomou clientes principalmente da Oi, com ofertas de telefonia e banda larga de alta velocidade com preços inferiores ao da concorrência.
Resultado: 4,2 milhões de linhas ativas no final de 2010, ou 12% de participação do mercado nacional. A meta é chegar a 19% em cinco anos.
Para garantir sua expansão, a companhia decidiu fazer diferente das concorrentes. Em vez de ter terceirizados na construção de sua rede, vai contratar funcionários próprios. "Já estamos registrando cerca de 2.500", disse Genish.

PREÇO BAIXO
Ao mesmo tempo em que se prepara para crescer, a GVT trava disputas judiciais contra secretarias de Fazenda. A operadora foi autuada em diversos Estados por supostamente não recolher devidamente o ICMS nos serviços de internet.
A prática permitiria que a maior parte da receita de prestação de serviço escapasse da tributação, indo para o caixa. Resultado: a carga tributária cairia de 40% (média do setor) para 16%, e isso se refletiria no preço.
A GVT diz ter base jurídica. Ela fatia o preço do serviço (com ICMS) e o do aluguel dos equipamentos para as conexões (sem ICMS).


Texto Anterior: 21 milhões podem perder desconto na luz
Próximo Texto: Em SP, empresa aguarda aval da prefeitura
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.