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FGTS para casa própria chega a
R$ 2 bi
Classe média incrementa saques do fundo, que aumentaram 29% entre janeiro e abril se comparados a 2009
76,5% do valor foi
usado por pessoas com
renda acima de cinco
salários mínimos; setor
aposta na baixa renda
JULIANNA SOFIA
DE BRASÍLIA
Os saques de recursos do
FGTS para a compra da casa
própria cresceram quase
30% no primeiro quadrimestre do ano em relação a igual
período de 2009.
De janeiro a abril, 299.929
trabalhadores sacaram R$ 2,1
bilhões de suas contas no
FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço) para a
compra de moradia.
Desse valor, 76,5% foram
usados por pessoas com renda acima de cinco salários
mínimos (R$ 2.550). Só a faixa de renda superior a dez pisos salariais (R$ 5.100) foi
responsável por metade dos
recursos retirados.
O levantamento aponta
que, entre quem ganha até
cinco salários mínimos, o valor sacado não chegou a um
terço do volume global.
Nessa faixa de renda estão
as famílias enquadradas pelo
governo em programas de
habitação popular, com recursos subsidiados. Essa parcela da população (ganhos
até cinco salários mínimos)
responde por 95% do deficit
habitacional do país.
Na avaliação do vice-presidente de fundos e loterias da
Caixa Econômica Federal,
Wellington Moreira Franco, a
chegada da nova classe média ao mercado de consumo
está por trás desse aumento
nos saques do FGTS para habitação neste ano.
"O grande ganho do mercado interno decorre da entrada dessa nova classe média, que passou a consumir.
E o primeiro bem sonhado é a
casa própria. Isso foi possível
porque há crédito e oferta de
imóveis pelo setor da construção civil", afirma o vice-presidente.
Para ele, a percepção de
que a economia está em um
bom momento, com expansão do mercado de trabalho,
também motivou os trabalhadores a assumirem compromisso de longo prazo.
BAIXA RENDA
Na maior parte dos casos,
o saque dos recursos do FGTS
pelo trabalhador é acompanhado de um financiamento
imobiliário para atingir o valor do imóvel.
"O trabalhador sabe que
vai ter emprego no dia seguinte e assume compromissos de longo prazo."
Das 299.929 operações de
saque realizadas entre janeiro e abril, 44,5% foram efetivadas por pessoas com renda
acima de cinco salários mínimos. Na faixa acima de dez
pisos salariais, foram realizadas 21% das operações.
Quantitativamente, o número de retiradas feitas por
trabalhadores de renda mais
baixa foi um pouco maior,
equivalendo a 55,5% do total.
Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria
da Construção, Paulo Safady, nos próximos meses
haverá um uso maior do fundo por parte do público de
renda mais baixa. "O setor
está otimista", diz.
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