São Paulo, sábado, 28 de maio de 2011

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Brasil e Argentina liberam produtos retidos

Acordo de "boa vontade" prevê liberação de US$ 40 mi em mercadorias paradas nas fronteiras

LUCAS FERRAZ
DE BUENOS AIRES

Brasil e Argentina acertaram na noite de ontem a liberação de US$ 40 milhões em produtos retidos nas fronteiras por causa da adoção de barreiras comerciais.
O gesto foi acordado entre os Ministérios das Indústrias dos países para mostrar "boa vontade" nas negociações que tentam encerrar o conflito comercial entre Brasília e Buenos Aires.
A opção do governo argentino deverá ser por liberar US$ 40 milhões em automóveis que estão parados na fronteira com o Brasil.
O governo Dilma Rousseff aplicou medida que dificulta a importação de carros, e isso atingiu diretamente a indústria do país vizinho.
O setor automotivo, um dos pilares da economia argentina, responde por mais da metade dos veículos importados pelo Brasil.

MÁQUINAS
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ainda não está acertado quais produtos brasileiros serão liberados, mas é provável que sejam máquinas agrícolas, eletrodomésticos da linha branca, baterias, calçados, pneus e até cho- colates.
Alguns desses itens estão travados no país vizinho há mais de um ano.
A primeira reunião entre os governos Dilma Rousseff e Cristina Kirchner para tratar do tema, no início desta semana, fracassou.
A liberação de produtos retidos ainda depende de "gestos de boa vontade", como o anunciado ontem.
Porém, na próxima semana, em Brasília, os dois países vão voltar a discutir o assunto.

CONFLITO
Afetada pelo decisão do Brasil de dificultar a importação de carros, a Argentina pediu a suspensão da medida (negada pelos brasileiros) ou que pelo menos o prazo de liberação dos automóveis argentinos fosse inferior aos 60 dias previstos pela OMC (Organização Mundial do Comércio).
Como contrapartida, os negociadores brasileiros queriam a rápida liberação de produtos parados pelas autoridades argentinas.
A decisão do governo Dilma de cancelar as licenças automáticas para importação de veículos, que afeta todos os países, foi uma resposta à política protecionista da Argentina.
Segundo maior sócio do Mercosul e um dos principais parceiros comerciais do Brasil, o país vizinho adota essas barreiras para tentar salvar o superavit de sua balança comercial, que diminui cada vez mais.
Os argentinos também estão descontentes com o crescente deficit no comércio com o Brasil.
O rombo na balança bilateral chegou a US$ 4 bilhões no ano passado.


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