São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2010

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FINANÇAS PESSOAIS

MARCIA DESSEN - marcia.dessen@bmibrasil.com.br

O tripé dos investimentos: segurança, liquidez e rentabilidade

QUANDO PROCURAMOS a melhor alternativa para investir nosso dinheiro, estamos em busca de basicamente três atributos: segurança, liquidez e rentabilidade. Não é provável encontrarmos todos em um mesmo produto de investimento. É antiga a tradição do investimento em imóveis por causa da forte sensação de segurança que transmite ao investidor.
Entretanto, a rentabilidade não está entre as mais competitivas, e liquidez é um atributo que definitivamente essa alternativa não oferece. Pode levar meses ou anos para vender um imóvel.
O investimento em ações é famoso e cobiçado pela alta rentabilidade potencial que oferece. Liquidez é uma vantagem indiscutível, pois é possível comprar e vender ações no mesmo dia.
Entretanto, o atributo segurança passa longe do investimento em ações. Quem entrar nesse mercado deve estar disposto a correr risco para tentar abocanhar a tão cobiçada rentabilidade.

NEM TÃO SEGUROS
Os conhecidos investimentos em "renda fixa" nem sempre são tão seguros quanto o nome sugere.
Comprar um título de renda fixa significa que o investidor está emprestando dinheiro para alguém. E receberá uma taxa de juros para remunerar esse empréstimo.
Quando aplica em títulos públicos, o investidor se torna credor do governo; quando investe em títulos privados (CDB, por exemplo), se torna credor do banco.
Corre, portanto, o risco de o devedor não resgatar o capital acrescido dos juros que foram combinados.
Quando opta por uma operação de taxa prefixada, então, o investidor pensa que está tudo perfeito. Sabe quando e quanto vai ganhar!
Mas e se ele precisar de liquidez no meio do caminho? E se a taxa de juros do mercado subir? O investidor terá de se submeter a uma taxa de desconto maior do que a contratada, receber menos do que imaginava e, numa situação muito desfavorável, menos do que aplicou.
Já deu para perceber que não há mundo perfeito, não é mesmo? O investidor precisa conhecer todas as alternativas para investir, entender como funciona cada uma delas, analisar os riscos e escolher o melhor investimento.
Talvez seja por isso que um grande número de brasileiros acaba optando pelo depósito em poupança. Vamos examinar os atributos e ver se a escolha faz sentido.
Segurança: como se trata de um depósito feito em uma instituição financeira, o investidor está exposto ao risco de crédito.
Entretanto, conta com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos, que garante até R$ 60 mil por pessoa. Para o pequeno e o médio investidor que pode diversificar em dois ou três bancos e não exceder esse valor, nota dez.
Liquidez: o investidor pode sacar seu dinheiro quando quiser sem ter de negociar com o banco e sem alterar sua rentabilidade.
Só precisa tomar cuidado e não sacar fora da data de aniversário da conta. Olho no calendário e a liquidez com rendimento está garantida.
Rentabilidade: à primeira vista, a rentabilidade da poupança não chama a atenção e muitos acham que é tão pequena que nem vale a pena investir. Mas, se lembrarmos que a rentabilidade é líquida do IR para investidor pessoa física, essa percepção muda. Considerando a alíquota de 20% que incide sobre os rendimentos das operações entre 181 e 360 dias, vamos comparar a rentabilidade da poupança com a de outros investimentos.
Observe o quadro e veja como é competitiva a rentabilidade da poupança quando comparada com a rentabilidade líquida de 100% da taxa DI e com a de um CDB cotado a 90% da taxa DI.
Se juntarmos aos três atributos a simplicidade operacional de um depósito em poupança, fica fácil entender por que ela é preferida por milhares e milhares de pequenos e médios investidores que, intuitivamente, acertam em cheio na escolha.

MARCIA DESSEN, Certified Financial Planner, é sócia e diretora-executiva do Brazilian Management Institute, professora convidada da Fundação Dom Cabral e cofundadora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros.


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