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FINANÇAS PESSOAIS
MARCIA DESSEN - marcia.dessen@bmibrasil.com.br
O tripé dos investimentos: segurança, liquidez e rentabilidade
QUANDO PROCURAMOS a melhor alternativa para investir nosso dinheiro, estamos em busca de basicamente três atributos: segurança,
liquidez e rentabilidade.
Não é provável encontrarmos todos em um mesmo
produto de investimento.
É antiga a tradição do investimento em imóveis por
causa da forte sensação de
segurança que transmite ao
investidor.
Entretanto, a rentabilidade não está entre as mais
competitivas, e liquidez é um
atributo que definitivamente
essa alternativa não oferece.
Pode levar meses ou anos para vender um imóvel.
O investimento em ações é
famoso e cobiçado pela alta
rentabilidade potencial que
oferece. Liquidez é uma vantagem indiscutível, pois é
possível comprar e vender
ações no mesmo dia.
Entretanto, o atributo segurança passa longe do investimento em ações. Quem
entrar nesse mercado deve
estar disposto a correr risco
para tentar abocanhar a tão
cobiçada rentabilidade.
NEM TÃO SEGUROS
Os conhecidos investimentos em "renda fixa" nem
sempre são tão seguros
quanto o nome sugere.
Comprar um título de renda fixa significa que o investidor está emprestando dinheiro para alguém. E receberá uma taxa de juros para
remunerar esse empréstimo.
Quando aplica em títulos
públicos, o investidor se torna credor do governo; quando investe em títulos privados (CDB, por exemplo), se
torna credor do banco.
Corre, portanto, o risco de
o devedor não resgatar o capital acrescido dos juros que
foram combinados.
Quando opta por uma operação de taxa prefixada, então, o investidor pensa que
está tudo perfeito. Sabe
quando e quanto vai ganhar!
Mas e se ele precisar de liquidez no meio do caminho?
E se a taxa de juros do mercado subir? O investidor terá de
se submeter a uma taxa de
desconto maior do que a contratada, receber menos do
que imaginava e, numa situação muito desfavorável,
menos do que aplicou.
Já deu para perceber que
não há mundo perfeito, não é
mesmo? O investidor precisa
conhecer todas as alternativas para investir, entender
como funciona cada uma delas, analisar os riscos e escolher o melhor investimento.
Talvez seja por isso que
um grande número de brasileiros acaba optando pelo depósito em poupança. Vamos
examinar os atributos e ver
se a escolha faz sentido.
Segurança: como se trata
de um depósito feito em uma
instituição financeira, o investidor está exposto ao risco
de crédito.
Entretanto, conta com a
garantia do Fundo Garantidor de Créditos, que garante
até R$ 60 mil por pessoa. Para o pequeno e o médio investidor que pode diversificar
em dois ou três bancos e não
exceder esse valor, nota dez.
Liquidez: o investidor pode sacar seu dinheiro quando quiser sem ter de negociar
com o banco e sem alterar
sua rentabilidade.
Só precisa tomar cuidado e
não sacar fora da data de aniversário da conta. Olho no
calendário e a liquidez com
rendimento está garantida.
Rentabilidade: à primeira
vista, a rentabilidade da poupança não chama a atenção e
muitos acham que é tão pequena que nem vale a pena
investir. Mas, se lembrarmos
que a rentabilidade é líquida
do IR para investidor pessoa
física, essa percepção muda.
Considerando a alíquota
de 20% que incide sobre os
rendimentos das operações
entre 181 e 360 dias, vamos
comparar a rentabilidade da
poupança com a de outros investimentos.
Observe o quadro e veja
como é competitiva a rentabilidade da poupança quando comparada com a rentabilidade líquida de 100% da taxa DI e com a de um CDB cotado a 90% da taxa DI.
Se juntarmos aos três atributos a simplicidade operacional de um depósito em
poupança, fica fácil entender
por que ela é preferida por
milhares e milhares de pequenos e médios investidores que, intuitivamente, acertam em cheio na escolha.
MARCIA DESSEN, Certified Financial
Planner, é sócia e diretora-executiva do
Brazilian Management Institute, professora
convidada da Fundação Dom Cabral e
cofundadora do Instituto Brasileiro de
Certificação de Profissionais Financeiros.
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