São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 2011

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Especialistas contestam se sistema é viável

DO ENVIADO A XANGAI

A ferrovia a ser inaugurada amanhã é parte de um projeto do governo chinês para construir, até 2020, 16 mil quilômetros de trilhos de trem-bala entre todas as capitais de província do país. Mas há dúvidas sobre a viabilidade econômica.
Segundo Ou Guoli, especialista em ferrovias da Universidade de Pequim Jiaotong, quando o projeto estiver pronto, o Ministério das Ferrovias terá de desembolsar anualmente US$ 15,4 bilhões para pagar a dívida.
"Não há nenhuma possibilidade de o sistema de alta velocidade operar normalmente sem um enorme subsídio do governo", diz Ou.
Ele, porém, ressalva que todos os países que utilizam trem-bala estão em situação semelhante, com a exceção do Japão.
Algumas linhas já inauguradas mostram que o trem-bala corre o risco de operar abaixo da capacidade, principalmente devido aos preços das passagens, inacessíveis a grande parte da população.

BAIXA PROCURA
Entre Henan e Shaanxi, por exemplo, a capacidade é para 37 milhões de passageiros/ano, mas só houve 2 milhões em seis meses.
"Com respeito a preços e custos, nem tudo são bons resultados. Aparentemente, numa linha, o Ministério das Ferrovias assume 50% do orçamento e deixa o resto para regiões que, como não têm dinheiro, têm de se endividar, o que repercute no preço do bilhete", diz o espanhol Iñaki Barrón, coordenador para a região latino-americana da União Internacional de Ferrovias.
"No fim, prevalecerão a oferta e a demanda." (FM)


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