São Paulo, quarta-feira, 28 de julho de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Inflação deve fechar o ano em 5%, estima Credit

O risco de a inflação atingir 6% no final deste ano é baixo, de acordo com análise econômica realizada pelo Credit Suisse. Isso só aconteceria se houvesse um choque de preços dos alimentos.
O banco calcula que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deva fechar este ano em 5%. De acordo com o IBGE, a taxa acumulada em 12 meses até junho está em 4,8%.
O IPCA é a referência para o centro da meta de inflação seguida pelo Banco Central, estipulada em 4,5%.
"Em um ambiente de taxa de câmbio apreciada e forte crescimento das importações, o esperado recuo de preços administrados, a baixa volatilidade da inflação de serviços e o comportamento favorável e menos sensível a choques nos preços industriais tornam improvável a forte alta da inflação no curto prazo", segundo Nilson Teixeira, economista-chefe do banco Credit Suisse.
No primeiro semestre deste ano, muitos analistas associaram o aumento da inflação à aceleração da atividade econômica.
No entanto, Teixeira afirma que, "caso a inflação tivesse aumentado majoritariamente em resposta à forte demanda doméstica, a alta dos preços teria sido mais expressiva em itens de mais sensibilidade à dinâmica da atividade, como bens industriais e serviços".
Segundo análise do banco, o aumento da inflação nos primeiros seis meses deste ano deveu-se, principalmente, ao grupo de alimentação e bebidas, cuja taxa acumulada em 12 meses aumentou de 3,2% em dezembro para 5,1% em junho.

Fusões e aquisições no setor do consumo devem crescer em 18 meses

O ritmo das fusões e aquisições na indústria de consumo deve aumentar nos próximos 18 meses, segundo estudo realizado pela KPMG.
Apesar da desaceleração na recuperação econômica no mundo, empresas de alimentos, bebidas, bens de consumo e varejo estão em busca de negócios.
O levantamento aponta que, embora os indicadores econômicos registrem queda na produção e no preço das ações em Bolsas, as empresas de alimentos, varejo e vestuário têm sido cobiçadas por compradores internacionais, que querem entrar em novos mercados, e por companhias locais, para fortalecer presença regional.
No Brasil, alguns projetos tiveram de aguardar para serem concluídos, segundo a KPMG. A consultoria, porém, estima que o movimento de consolidação na indústria de consumo se fortaleça nos próximos meses no país, especialmente entre supermercados e hipermercados, segundo David Bunce, sócio.
Fora do país, ainda há impasse em torno dos preços.
"No Brasil, a busca por um patamar de preço conveniente para as duas partes não é um problema. Como a crise foi curta no país, os preços não sofreram forte reajuste. O que ocorreu foi só uma redução do volume de operações durante a crise."

BUQUÊ CHILENO

A chilena Viña Ventisquero irá abrir um escritório em São Paulo dentro dos próximos seis meses.
"Estamos investindo na expansão de atividades no Brasil porque o consumo de vinho aqui é um dos que mais irão crescer no mundo nos próximos anos", diz Juan Ignácio Zúñiga, responsável pela área de exportação da vinícola, que veio com uma comitiva de executivos ao país.
A empresa acaba de implementar um programa de capacitação para garçons, atendentes de lojas e sommeliers no Brasil.
"Queremos estar mais perto dos nossos clientes, com um serviço melhor", afirma Zúñiga.
A expectativa do executivo é exportar 60 mil caixas de vinho para o Brasil neste ano. No ano passado, foram 40 mil caixas.
O avanço da vinícola esbarra na carga tributária brasileira. "O preço de um vinho no Brasil é muito mais alto do que nos EUA, por exemplo. Se lá custa US$ 10, aqui sai por R$ 40."

PRODUÇÃO ADESIVA

Interessada em expandir nas classes C e D, a marca I.Stick, especializada em adesivos decorativos para paredes, iniciou produção própria neste ano, com ampliação da fábrica e do maquinário.
Lançada em 2006, a marca ainda terceirizava algumas etapas de sua produção. A empresa, que já tem parcerias com a Etna e a Jequiti, fechou outros dois acordos, um deles com uma grande rede multinacional, para ampliar as vendas de sua nova linha popular, segundo a sócia Elisa Rosa.
"Ao trazer a produção totalmente para dentro da empresa, o nosso objetivo é crescer tanto em quantidade para atender novos públicos como em criação de novas linhas", afirma Rosa.
Também estão previstos lançamentos de novos produtos, como adesivos decorativos para objetos eletrônicos e veículos, para os quais estão sendo fechadas parcerias com montadoras.
Outro plano da empresa é a expansão por franquias.

Alta tecnologia A subsidiária brasileira do banco JPMorgan irá investir neste ano cerca de US$ 5,8 milhões em sua infraestrutura tecnológica. O valor é três vezes maior que o alocado no ano passado. O aumento reflete a perspectiva de ampliação de funcionários de 400 para 800 até 2014, além do crescimento no volume de projetos em tecnologia da informação.

De olho... Representantes de 35 instituições tomam posse hoje no conselho consultivo do Observatório de Consórcios Públicos e do Federalismo, lançado em maio. Entre eles estão o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Mônica Vieira Teixeira, e o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.

...nos consórcios O conselho será responsável por auxiliar a construção da primeira etapa do projeto, que prevê a divulgação de informações sobre consórcios em um portal na internet. Para criar o banco de dados, o Observatório, organizado pela FNP (Frente Nacional de Prefeitos), recebeu R$ 1,2 milhão da Caixa Econômica Federal e do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

Vale do Paraíba A Crowe Horwath RCS, empresa de auditoria e consultoria, inaugura escritório em São José dos Campos (SP) neste mês. O foco será nas indústrias petroquímica e de componentes para aviação e em projetos de sustentabilidade para o turismo. A companhia possui unidades em Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro, além da matriz em São Paulo.

Visita... O novo gerente-geral do turismo no Chile, Álvaro Castilla, reuniu-se ontem com agências de viagem na Braztoa (associação das operadoras) com o objetivo de atrair mais turistas brasileiros. Em 2009, o Brasil enviou 215 mil pessoas ao Chile e representou 13% do ingresso de divisas no país.

...turística Na semana passada, foi a vez da ministra de Turismo da Jordânia, Maha Khatib, vir ao Brasil promover o destino. No ano passado, 5.000 brasileiros visitaram a Jordânia e, somente no primeiro trimestre deste ano, o número de brasileiros em visita ao país subiu 158% ante o mesmo período de 2009.

Aço 1 O Rio de Janeiro já ocupa o segundo lugar no ranking da produção de aço no Brasil e deve receber cerca de R$ 20 bilhões em investimentos nos próximos anos. As perspectivas para o desenvolvimento do setor serão tema de seminário amanhã, na Firjan, organizado também pela Secretaria de Desenvolvimento e pela UFRJ.

Aço 2 O evento será aberto pelo secretário Julio Bueno e discutirá mercado, logística, questões ambientais e fiscais, dentre outros temas.


com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES


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