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Brasil perde peso no comércio com a Ásia
Participação recua nas importações de 7 dos 10 maiores mercados asiáticos, os que mais compram do país
Para especialista, exportações brasileiras
sofrem com deficiências
na infraestrutura, como em portos e rodovias
ÁLVARO FAGUNDES
DE SÃO PAULO
As exportações brasileiras
perderam espaço no comércio com a Ásia, a região que
vem crescendo mais forte e liderando a retomada da economia global -e a que mais
compra produtos do país.
Levantamento nos dez
principais mercados asiáticos para o Brasil mostra que
o país perdeu espaço em sete
deles. Mesmo na China, que é
o que mais importa do Brasil,
houve perda de 8% no peso
total das compras.
Com exceção da Coreia do
Sul e da Indonésia, o Brasil
vendeu mais agora do que no
ano passado, mas o ritmo de
crescimento das exportações
foi inferior à média, o que explica a perda de participação.
Para Evaldo Alves, professor da Fundação Getulio Vargas, as exportações brasileiras enfrentam limitações, como em infraestrutura (rodovias e portos, por exemplo),
que ajudam a explicar a perda de peso nesses mercados.
O mercado asiático, apesar da distância, é o principal
para as exportações brasileiras. No primeiro semestre, o
grupo de 26 países (do Japão
ao Timor Leste, por tamanho
do PIB) comprou 27% de tudo o que o Brasil vendeu -
mais que EUA ou UE.
Essa perda de peso no comércio com os asiáticos,
mais a invasão de produtos
de lá, é uma das razões para a
queda de 43% do superavit
no primeiro semestre, para
US$ 7,8 bilhões, o menor no
período desde 2002.
De um saldo positivo de
US$ 4,1 bilhões no primeiro
semestre de 2009, a conta
nas transações com a Ásia
passou a ser negativa para o
Brasil em US$ 481 milhões na
primeira metade de 2010.
As vendas do Brasil para a
Ásia são formadas principalmente por produtos básicos
(como minério de ferro e soja) e semimanufaturados
(couro, por exemplo).
Nos seis primeiros meses,
os asiáticos, liderados pela
China, compraram 45% dos
itens básicos e 35% dos semimanufaturados brasileiros
-em ambos os casos, o peso
deles caiu em relação ao primeiro semestre de 2009.
Essa queda também ocorreu com manufaturados
(com maior valor agregado,
como avião), mas as compras
da Ásia têm peso menor na
exportação desses itens, representando 7% do total.
MAIS ASIÁTICOS
Na outra mão do comércio,
os asiáticos continuaram aumentando a sua presença
nas compras brasileiras. Elas
cresceram 60,6% desde janeiro até junho -mais que a
média geral de 45%- e representaram 30,6% dos produtos trazidos do exterior.
A Coreia do Sul, movida
principalmente a carros, e a
Índia, que tem combustível
como carro-chefe, mais que
dobraram as exportações.
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