São Paulo, quarta-feira, 28 de julho de 2010

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Governo articula venda de ações da Vivo a espanhola

KENNEDY ALENCAR
DE BRASÍLIA

Viabilizada a sociedade entre Oi e Portugal Telecom, o governo Lula trabalha para que a empresa portuguesa aceite vender sua participação na Vivo à multinacional espanhola Telefónica.
O êxito dessa articulação teria o efeito político de agradar à Telefónica e fortaleceria a possibilidade de a Oi e a Portugal Telecom virem a implementar o Plano Nacional de Banda Larga.
Haveria ainda o efeito econômico de aumentar o caixa da Portugal Telecom para a implantação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que prevê a universalização do acesso à internet com tarifas mais baixas.
A Oi tem vivido um momento econômico difícil. Fez queixas ao governo sobre a competição no setor.
Interessa ao Planalto, que viabilizou a criação da Oi ao mudar a legislação para permitir a fusão da Telemar com a Brasil Telecom, dar à empresa papel relevante na telefonia nacional.
Agora, o governo volta a intervir no setor e tenta resolver um conflito europeu.
O governo português usou sua "golden share" para vetar a venda de ações da Portugal Telecom na Vivo à Telefónica, que com ela controla a operadora brasileira de telefonia celular.
A União Europeia contesta o veto, e há um debate jurídico em curso.

FACILITAÇÃO
Com a parceria entre a Oi e a Portugal Telecom, o Brasil abre espaço para mais investimentos portugueses. Integrantes da cúpula do governo Lula com bom trânsito no gabinete do premiê José Sócrates afirmam que essa operação pode mudar a posição de Portugal e permitir que a Telefónica adquira a parcela da Portugal Telecom na Vivo.
O PNBL é uma prioridade do governo Lula e da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Ambos querem um grupo com capital nacional majoritário para tocar o plano.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o assessor especial da Presidência Cesar Alvarez têm discutido como conduzir a implementação do PNBL para a Oi e a Portugal Telecom.


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