São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2011

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MERCADO ABERTO

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Contratação do Ministério dos Transportes perde ritmo

Após os escândalos no Ministério dos Transportes, que derrubaram o ministro Alfredo Nascimento (PR) em julho, caiu também o ritmo de contratação de novas obras de construção pesada no país.
Até o início de agosto, os valores acumulados do investimento empenhado do ministério giravam em torno de R$ 7,9 bilhões, segundo dados do Siafi (sistema de acompanhamento de gastos).
No dia 19 de setembro, o empenhado subiu para apenas R$ 8,2 bilhões, o que demonstra desaceleração na evolução da contratação.
A explicação para a paralisia tem diferentes interpretações para os empresários do setor, que citam como causas possíveis, além do processo interno de transição burocrática do órgão, possíveis reflexos da crise econômica internacional.
"É subjetivo explicar isso, mas há uma reorganização do Dnit. Isso, naturalmente, implica em redução do ritmo de obras, licitações, tudo", diz Luiz Fernando Santos Reis, do Sinicon (sindicato da construção pesada).
Reis estima retomada. "Essa queda é contrária à vontade política do governo. Vai haver uma retomada do crescimento, assim que as coisas voltarem a seu ritmo normal", afirma.
A liquidação e os pagamentos das obras realizadas, assim como os restos a pagar, por outro lado, não perderam seu ritmo e seguem em crescimento.
O Ministério dos Transportes não respondeu até o fechamento desta edição.

ARQUIBANCADA REFORÇADA
A Giroflex, conhecida pelos móveis de escritório, entra no único segmento de assentos em que não estava, o de esportivos.
Vai investir R$ 50 milhões em uma nova fábrica, ainda sem endereço definido, para fazer assentos para cerca de seis estádios.
"Faltava normatização para os estádios. Havia muita diferença de padrões e preços. Com a Copa do Mundo, achamos que isso mudaria", diz Osvaldo Ribeiro, presidente da empresa.
Para o executivo, os estádios para a Copa terão um padrão internacional que fará com que outras arenas também se modernizem.
"A diferença será enorme. O Palestra Itália (Palmeiras) e outros estádios do Sul já estão se reformulando."
Para atender à demanda, a Giroflex firmou convênios com duas empresas, uma polonesa, que fez ginásios para a Olimpíada grega e estádios para a Copa na África do Sul, e uma alemã, responsável pela arena de Munique.
A maior acionista da empresa (com 66%) hoje é uma associação que destina lucros a projetos sociais.

Na vizinhança A Hope, do setor de lingeries, abrirá sua primeira loja na Argentina em outubro. O programa de internacionalização da marca inclui a inauguração de outras nove unidades no país nos próximos dois anos. Hoje, a empresa tem três lojas em Portugal e duas em Israel.

Da bota A empresa italiana de design Skitsch abrirá sua primeira loja no Brasil na semana que vem, em São Paulo. A marca tem unidades apenas em Milão e Londres. Suas peças (sofás e luminárias, entre outras) são assinadas por designers como Sebastian Bergne e os brasileiros irmãos Campana.

EM TODAS AS CAPITAIS
A rede paranaense de hotéis Slaviero investirá R$ 800 milhões na construção de mais de 30 hotéis nos próximos dez anos. A expectativa da companhia é ter unidades em todas as capitais do país.
"Abriremos entre três e quatro hotéis por ano, com recursos próprios e parceiros locais em cada uma das cidades", afirma o diretor-presidente da empresa, Eduardo Campos.
A expansão será realizada com "greenfields", unidades construídas desde o início, e "retrofits", reformas de hotéis já existentes.
As próximas inaugurações serão em Balneário Camboriú, em dezembro, e Cuiabá, em fevereiro. Em 2012, a rede, que tem hoje 19 hotéis, deve abrir unidades em Salvador e Belo Horizonte.

PARA MÉDIAS
O Banco Bracce começa a oferecer operações estruturadas, com emissão no mercado de capitais, para empresas de médio porte.
"Permite que empresas com faturamento entre R$ 100 milhões e R$ 1 bilhão também captem a longo prazo", segundo Patrícia Bentes, vice-presidente do banco.
"São operações com várias garantias, prazo de 48 meses e 12 meses de carência, a um custo entre 180% e 200% do CDI", diz ela. Para o investidor, gira em torno de 150% do CDI, um potencial de retorno acima da média do mercado para risco similar."

TESOURA
O problema da zona do euro não é apenas dos governos, mas também do setor privado, segundo a consultoria BCG.
A pesquisa mostra que a dívida privada é maior que a pública na maioria dos países.
Caso as dívidas continuem crescendo no ritmo atual, os governos precisarão reestruturá-las. A pesquisa aponta que o ideal seria que elas não ultrapassassem 180% do PIB do país. Na Irlanda, chega a ser quase 400%.
A hipótese do BCG é que as dívidas do governo, das corporações e dos consumidores poderiam ser sustentadas se ficassem no patamar de 60% do PIB cada uma.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ


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