São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2011

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"Só Deus sabe", afirma Steinbruch sobre a Usiminas

Presidente da CSN confirma interesse em aumentar a participação na Usiminas e diz estar fazendo sua parte

Empresário terá que enfrentar resistências de acionistas, em especial dos japoneses da Nippon Steel

AGNALDO BRITO
VENCESLAU BORLINA FILHO

DE SÃO PAULO

O presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Benjamin Steinbruch, confirmou o interesse em aumentar a participação na Usiminas, mas deixou a Deus a responsabilidade de conseguir fechar o negócio.
"Estamos tentando fazer a nossa parte, a gente tem que fazer. Agora, se vai dar certo, só Deus sabe", disse, antes de participar anteontem da posse de Paulo Skaf na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Não foi por acaso que Steinbruch, colunista da Folha, evocou a ajuda divina. Para entrar no bloco de controle da empresa, ele terá de vencer resistências, principalmente dos japoneses da Nippon Steel, que tem a maioria das ações: 27,8%.
Nos bastidores do setor siderúrgico, já se fala num acordo da Nippon com a brasileira Gerdau.
Nele, os japoneses teriam preferência na aquisição dos 26% das ações da Camargo Corrêa e da Votorantim na Usiminas.
Após a compra, a Nippon negociaria com a Gerdau. A empresa passaria a ter 27% do capital da Usiminas, ganharia o mercado de aços planos e impediria o acesso da CSN ao bloco de controle da siderúrgica mineira.
A última compra de ações da Usiminas feita pela CSN foi comunicada ao mercado em agosto. A empresa passou a deter 15,15% das ações preferenciais (PN) e 11,29% das ações ordinárias (ON).
Antes, porém, a empresa montou uma ofensiva. Desde janeiro, a CSN já emitiu quatro comunicados informando sobre compras de ações ordinárias e preferenciais no mercado secundário de ações.
Em 27 de janeiro deste ano, por exemplo, a companhia anunciou que tinha em sua tesouraria um bloco de 5,03% em ON da Usiminas, além de uma fatia de 4,99% de papéis preferenciais. Após, a participação cresceu para o atual.
Essa condição fez com que a SDE (Secretaria de Direito Econômico) emitisse no começo do mês notificação à CSN e à Usiminas apontando que a aquisição dos papéis acima de 15% indicaria ato de concentração. Juntas, as duas empresas têm 70% do mercado.


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