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Apesar do IPI, crédito para veículos é recorde
Novos financiamentos têm maior valor desde o início da série histórica
Juro menor e redução de preços de carro zero
com a queda do dólar
explicam alta, apesar
de imposto ter subido
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
O financiamento de veículos acompanhou a alta nas
vendas e na produção e bateu novos recordes no último
trimestre, apesar de o setor
não contar mais com o incentivo do IPI reduzido, que acabou em março.
Dados do BC mostram que
o estoque de crédito cresceu
em setembro pelo 20º mês seguido e teve a maior variação
na comparação anual desde
o início de 2009, quando as
vendas refletiam a redução
de imposto durante a crise do
ano anterior.
O total de empréstimos por
meio de crédito direto e leasing atingiu o valor recorde
de R$ 176 bilhões no mês passado, alta de 16% ante o mesmo período de 2009.
Os novos financiamentos
no crédito direto alcançaram
no último trimestre o maior
valor da série iniciada em junho de 2000, enquanto as taxas de juros chegaram ao menor nível nesse período.
Uma explicação para esse
comportamento é que ficou
mais barato financiar o carro
zero, mesmo com imposto
maior. Além do juro menor, o
preço de veículos novos e
usados caiu nos nove primeiros meses do ano, segundo
dados do IBGE.
Contribuem para essa queda não só as promoções mas
também o fato de mais de um
terço dos carros vendidos no
país ser fabricado no exterior, o que os torna mais baratos em um momento de
queda do dólar.
Luiz Carlos Mello, coordenador do CEA (Centro de Estudos Automotivos), diz que
a retomada do crédito foi
mais importante para o setor
do que o benefício tributário,
já que a maior parte das vendas (63%) é feita a prazo.
Ele lembra que a redução
do imposto serviu exatamente para compensar a falta de
recursos para financiamento
provocada pela crise entre
2008 e 2009.
"Enquanto houver uma
combinação de crédito farto
e acessível, principalmente
com mais prazo, essa expansão vai continuar", diz Mello.
AVANÇO
O presidente da Anef (associação que reúne os bancos das montadoras), Décio
Carbonari de Almeida, estima que o total de financiamentos ultrapasse R$ 180 bilhões neste ano e chegue aos
R$ 200 bilhões em 2011.
"O financiamento vai crescer mais que as vendas, porque os novos clientes dependem mais do crédito."
Os dados do Banco Central
também mostram que a
maior parte dos financiamentos tem sido feita por
meio do CDC (Crédito Direto
ao Consumidor), que representam 71% do total. O leasing, que respondia por mais
de 40% das vendas há um
ano, tem hoje uma participação de 29%.
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