São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2010

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Manufaturado brasileiro é o 4º que mais perde mercado

O setor brasileiro de manufaturados foi o quarto que mais perdeu espaço no mercado externo no ano passado, de acordo com levantamento recente realizado pela OMC (Organização Mundial do Comércio).
A pesquisa mostra que esses bens, mais elaborados, como aviões e máquinas industriais, representaram 38% dos produtos vendidos pelo país no ano passado, uma queda de 5,7 pontos percentuais em relação a 2008.
Apenas República Dominicana, Trinidad e Tobago e Ucrânia tiveram perda maior de participação dos seus manufaturados -em uma lista de 49 países.
A diminuição de espaço sofrida pelos produtos industrializados ocorreu na contramão da economia global, já que, em média, a participação dos manufaturados nas exportações passou de 66,5%, em 2008, para 68,6%, no ano passado.
Esses números sinalizam o impacto do real valorizado e o aumento da dependência que o país apresenta das commodities (produtos básicos: minério e soja, por exemplo) e da China.
O país asiático é o principal importador de produtos brasileiros (na sua imensa maioria commodities) e, como a sua economia vem crescendo muito mais rápido que a média mundial, acaba ditando os preços de vários desses itens.
Por isso, uma desaceleração mais acentuada do crescimento chinês pode ter forte reflexo na balança comercial brasileira.
Analistas não descartam que esse movimento possa tornar deficitário o comércio do país com o exterior.

METRÔS CRIAM ASSOCIAÇÃO
Empresas privadas do setor de operação de metrôs e trens de passageiros vão formalizar a criação da Associação Nacional de Passageiros Sobre Trilhos (ANPTrilhos), na quarta-feira.
O modelo da associação será semelhante ao da indústria ferroviária de carga que já tem uma associação, a ANTF. Joubert Flores, que é diretor do Metrô do Rio, vai presidir a entidade.
O setor movimenta bilhões no país. Só em São Paulo, são R$ 20 bilhões de investimentos em transporte metroferroviário. No Rio, se incluir a linha 4, são mais R$ 6 bilhões.
"É preciso ter um PAC da mobilidade", diz Flores, que pretende atrair também a participação de empreiteiras. "Com estudos aprofundados poderemos contribuir para que políticas e projetos adotados sejam de longo prazo."

O QUE ESTOU LENDO


Aloysio Nunes Ferreira, senador eleito (PSDB-SP)
O senador eleito Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) tem passado dias em sua cidade, São José do Rio Preto, a dedicar-se à leitura de "Império" (ed. Planeta Brasil), de Niall Fergusson, e "Caçando Eichmann" (ed. Objetiva), de Neal Bascomb. "Um é sobre a formação do império britânico e o outro foi recomendado pelo Elio Gaspari, na Folha."



CONCORRÊNCIA LEAL
O que falta para o Brasil avançar no âmbito de defesa da concorrência é a aprovação no Congresso do projeto de lei que prevê a reforma do sistema.
Essa é a avaliação de Ana Paula Martinez, ex-diretora do DPDE (Departamento de Proteção e Defesa Econômica), que, em janeiro, passa a ser sócia do escritório Levy & Salomão Advogados.
Além de reduzir de três para uma o número de autoridades responsáveis, o projeto prevê a implantação de um sistema de análise prévia das operações de fusão e aquisição.
"Para que esse sistema funcione, é essencial que o governo faça um aparelhamento, como aumentar o pessoal. Do contrário, se a análise das operações não for rápida, a economia para", diz Martinez.

MONOGRAMA
Eles são tradicionais, mas continuam com destaque no bolso dos elegantes. "No bolso das camisas masculinas e nos punhos das femininas", diz o camiseiro Augusto Villaescusa sobre monogramas.
Na Camisaria Augusto, dois terços dos clientes pedem as peças com suas iniciais.
Monogramas devem ter, no máximo, quatro letras, recomenda o dona da loja, onde uma peça custa de R$ 220 a R$ 1.500, se for com tecido fio 240, Thomas Mason, da italiana Albini. "A nova moda é gravar na altura da costela", diz Ricardo Almeida. Na Camargo Alfaiataria, os pedidos crescem, inclusive entre os jovens. "Gravamos até dentro da calça", afirma Paulo Valente, da Paramount.

'A primeira vez que vi iniciais em alguém, achei tão elegante que não parei mais de usar. Era David Ogilvy, fundador da empresa. Por vício ou hábito, levo sempre um "S.A." na mesma cor da camisa'
Sérgio Amado, presidente do grupo Ogilvy Brasil

"Gosto de monogramas bordados à mão porque é possível contar a história de um povo pela linguagem de agulhas, linhas e pontos. Uso por apreciar a arte do manual e por fazer parte da minha herança"
Gabriel Villela, feita àmão diretor de teatro

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, ANDRÉ LOBATO, ÁLVARO FAGUNDES e DIMMI AMORA


Próximo Texto: Terceiro aeroporto de SP une aéreas e construtoras
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.