São Paulo, domingo, 29 de maio de 2011

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Ex-rei da soja volta à cena com jazida de metal raro

Empresa de Olacyr de Moraes, 80, descobriu a 1ª reserva brasileira de tálio

O quilo do produto, raro e tóxico, é cotado a R$ 9.600; Cazaquistão e China são atualmente os únicos produtores

SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA

Em pleno oeste baiano, de cerrado e plantações de soja, foi encontrada a primeira jazida de tálio do Brasil.
O metal, raro, caro, tóxico e com aplicações importantes na indústria energética, é agora a menina dos olhos da companhia Itaoeste, do empresário Olacyr de Moraes.
Na década de 70, Olacyr virou o maior produtor individual de soja do mundo.
Aproveitou a grande cheia de 1973 do rio Mississipi, que arruinou as lavouras dos Estados Unidos, para expandir a fronteira do grão no Centro-Oeste brasileiro.
Ganhou a alcunha de "rei da soja" e chegou à casa dos bilhões de dólares, até que os negócios decaíram e ele teve que se desfazer de grande parte de seu patrimônio.
Agora, aos 80 anos, recém-comemorados em badalada noite em São Paulo, ele recorre novamente ao cerrado -precisamente a cidade de Barreiras, na Bahia.

VOLUME
De acordo com pesquisa feita pela empresa em 2% da área passível de ter o minério, a jazida encontrada na Bahia possui, por baixo, 60 mil quilos de tálio.
A reserva tem potencial de ser maior que as da China e do Cazaquistão, os únicos produtores atuais.
Com esse volume, é possível atender a toda demanda mundial por seis anos, segundo a empresa.
Em 2010, a cotação do tálio foi de US$ 6.000 o quilo (R$ 9.600). Trata-se de um negócio de, no mínimo, US$ 360 milhões para a empresa, que até então estava focada na exploração de manganês, cobalto, ferro, titânio, ouro, cobre e fosfato.
"As expectativas são muito otimistas. Os estudos em desenvolvimento confirmam a continuidade do minério, o que comprova o potencial do jazimento, além de significativas reservas de manganês e cobalto, produtos com alta demanda e valor de mercado", disse Vladimir Aps, diretor técnico da Itaoeste.


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