São Paulo, domingo, 29 de maio de 2011

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ANÁLISE

Setor privado tem garantido a expansão do ensino superior

SIMON SCHWARTZMAN
ESPECIAL PARA A FOLHA

O grande mérito do setor privado é que ele tem sido o principal responsável pela expansão do ensino superior, ampliação que o estatal não conseguiu acompanhar.
A principal dúvida é se existe alguma incompatibilidade entre lucro e educação e se a qualidade da educação privada é boa ou ruim.
Não há nada que diga, em princípio, que a educação obtida em instituição estatal seja melhor ou pior.
Em ambos, os professores querem bons salários e há custos, pagos por estudantes ou contribuintes. As avaliações do Ministério da Educação mostram que há cursos de boa e má qualidade nos dois lados.
Em geral, as universidades paulistas e federais se saem melhor porque conseguem atrair melhores professores e melhores alunos e têm mais recursos para investir.
O setor privado não tem como aumentar muito os investimentos -os estudantes não podem pagar- e recebe estudantes menos preparados e que precisam estudar à noite. Mas cada vez mais há cursos de boa qualidade.
As grandes instituições privadas atuam cada vez mais como empresas de serviço. Precisam competir, instalam serviços de atendimento e satisfação ao cliente e controlam de perto o trabalho dos professores, que não têm muita liberdade para decidir como e o que ensinar.
Isso é ruim comparado a universidades excelentes e caras, mas é melhor que universidades estatais medíocres, nas quais os professores fazem o que querem sem precisar dar maiores satisfações. Há muito que melhorar no ensino superior brasileiro.
Mas, sem o dinamismo do setor privado, estaríamos pior.

SIMON SCHWARTZMAN é pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade e foi presidente do IBGE.


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