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Empresários devem fechar compra do jornal "Le Monde"
Jornal vai negociar com exclusividade venda a Xavier Niel, Matthieu Pigasse e Pierre Berge por 110 milhões
Sem apoio dos
funcionários do jornal
francês, a outra oferta,
da France Télécom e do
grupo Prisa, foi retirada
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O jornal francês "Le Monde" deve ser vendido a três
empresários franceses, depois que um consórcio que
incluía a operadora de telefonia France Télécom desistiu
do investimento no diário.
O conselho do jornal aceitou ontem discutir a proposta
deles para comprar o jornal,
pagando cerca de € 110 milhões, com exclusividade por
três meses.
A proposta aceita é dos
empresários Xavier Niel, bilionário francês que fez fortuna na internet, Matthieu Pigasse, empresário e diretor
do banco francês Lazard, e
Pierre Bergé, ex-parceiro comercial do estilista Yves
Saint-Laurent.
Os três emprestarão € 10
milhões até 5 de julho ao jornal para que este possa pagar
despesas correntes.
A oferta deles tem o apoio
dos funcionários do "Monde", que têm poder de supervisionar decisões estratégicas do jornal.
Sem esse apoio, a outra
oferta, feita pela operadora
de telefonia francesa France
Télécom, pela revista "Nouvel Observateur" e pelo grupo espanhol Prisa, dono do
jornal "El País", foi retirada
ontem antes da reunião do
conselho do "Monde".
O diário busca um investidor porque está endividado.
Sem o aporte, poderia entrar
em concordata até o final
deste mês.
Os funcionários disseram
que optaram pela oferta dos
empresários por a considerarem "a mais coerente".
O consórcio se comprometeu a permitir que os jornalistas tenham direito minoritário de veto no conselho, o que
garantiria independência
editorial do "Monde".
Hoje, o jornal é controlado
por pequenos acionistas, na
maioria funcionários.
A polêmica sobre o "Monde" envolveu até o presidente francês, Nicolas Sarkozy.
Ele se posicionou a favor
da oferta da France Télécom,
que é controlada pelo Estado, e foi acusado de querer
influenciar a mídia.
"EL PAÍS"
O grupo espanhol Prisa,
do "El País", também deve
mudar de mãos. O grupo norte-americano Liberty Acquisition concordou em comprar metade das ações da empresa por € 900 milhões.
O acordo ainda está sendo
revisado, mas deve ser concluído, segundo o presidente
do conselho da Liberty, Martin Franklin. A família Polanco, que tem 70% da Prisa, deve ficar com menos de 30%
depois do negócio.
Depois do acordo, a Prisa
deve refinanciar parte de sua
dívida e vender € 1,3 bilhão
em ativos, passando a dever
cerca de € 3 bilhões.
FOLHA.com
Leia a coluna de Clóvis
Rossi sobre o "Monde"
folha.com.br/pr758626
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