São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2010

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Empresários devem fechar compra do jornal "Le Monde"

Jornal vai negociar com exclusividade venda a Xavier Niel, Matthieu Pigasse e Pierre Berge por 110 milhões

Sem apoio dos funcionários do jornal francês, a outra oferta, da France Télécom e do grupo Prisa, foi retirada

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O jornal francês "Le Monde" deve ser vendido a três empresários franceses, depois que um consórcio que incluía a operadora de telefonia France Télécom desistiu do investimento no diário.
O conselho do jornal aceitou ontem discutir a proposta deles para comprar o jornal, pagando cerca de € 110 milhões, com exclusividade por três meses.
A proposta aceita é dos empresários Xavier Niel, bilionário francês que fez fortuna na internet, Matthieu Pigasse, empresário e diretor do banco francês Lazard, e Pierre Bergé, ex-parceiro comercial do estilista Yves Saint-Laurent.
Os três emprestarão € 10 milhões até 5 de julho ao jornal para que este possa pagar despesas correntes.
A oferta deles tem o apoio dos funcionários do "Monde", que têm poder de supervisionar decisões estratégicas do jornal.
Sem esse apoio, a outra oferta, feita pela operadora de telefonia francesa France Télécom, pela revista "Nouvel Observateur" e pelo grupo espanhol Prisa, dono do jornal "El País", foi retirada ontem antes da reunião do conselho do "Monde".
O diário busca um investidor porque está endividado. Sem o aporte, poderia entrar em concordata até o final deste mês.
Os funcionários disseram que optaram pela oferta dos empresários por a considerarem "a mais coerente".
O consórcio se comprometeu a permitir que os jornalistas tenham direito minoritário de veto no conselho, o que garantiria independência editorial do "Monde".
Hoje, o jornal é controlado por pequenos acionistas, na maioria funcionários. A polêmica sobre o "Monde" envolveu até o presidente francês, Nicolas Sarkozy.
Ele se posicionou a favor da oferta da France Télécom, que é controlada pelo Estado, e foi acusado de querer influenciar a mídia.

"EL PAÍS"
O grupo espanhol Prisa, do "El País", também deve mudar de mãos. O grupo norte-americano Liberty Acquisition concordou em comprar metade das ações da empresa por € 900 milhões.
O acordo ainda está sendo revisado, mas deve ser concluído, segundo o presidente do conselho da Liberty, Martin Franklin. A família Polanco, que tem 70% da Prisa, deve ficar com menos de 30% depois do negócio.
Depois do acordo, a Prisa deve refinanciar parte de sua dívida e vender € 1,3 bilhão em ativos, passando a dever cerca de € 3 bilhões.

FOLHA.com
Leia a coluna de Clóvis Rossi sobre o "Monde"
folha.com.br/pr758626


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