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Cade pode mandar Shell vender ativos para compra da Cosan
Conselho teme concentração e aumento das passagens aéreas
LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA
Depois de quase cinco meses de negociação, o Cade
(Conselho Administrativo de
Defesa Econômica) deverá
encerrar hoje as conversas
com a Shell e determinar a
venda de ativos para que seja
aprovada a compra da Cosan, maior produtora de açúcar e etanol do Brasil.
Em fevereiro, o conselho
determinou a venda da Jacta
Participações, braço da Cosan responsável pela comercialização de combustíveis
em aeroportos.
A preocupação do conselho é que, em alguns terminais, sobrem apenas a Shell e
a BR Distribuidora para abastecer aviões, o que poderia levar a uma grande concentração de mercado e, por consequência, a um aumento no
preço das passagens para os
consumidores.
Na véspera do julgamento,
em fevereiro, a Shell apresentou uma proposta de
acordo para evitar a venda
dos ativos. O Cade então suspendeu as restrições e começou a negociar com as empresas, que apresentaram novas
propostas.
Segundo a Folha apurou,
porém, o conselho entendeu
que nenhuma oferta feita até
agora foi suficiente e deverá
manter a decisão anterior.
Procurada, a Raízen -empresa resultante da fusão-
informou que mantém "produtivas discussões com o Cade para a adoção das medidas necessárias para o cumprimento da decisão da forma mais breve e eficiente
possível".
A empresa disse que avaliará as implicações de uma
nova decisão e se manifestará "no momento oportuno".
Com a determinação do
Cade, a Raízen terá 90 dias
para vender unidades de
abastecimento nos aeroportos de Brasília, Belo Horizonte e Viracopos, além de permitir que um concorrente use
sua infraestrutura em Guarulhos (SP), Galeão (RJ) e Guararapes (PE).
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