|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fábricas de Diadema ganham bibliotecas
Projeto leva salas de leitura para dez empresas de metalurgia até o fim de agosto; a primeira foi inaugurada ontem
Ministério da Cultura investiu R$ 200 mil em kits com computador, móveis e acervo de 650 obras para cada fábrica
Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
|
|
Funcionários da fábrica da IGP aproveitam o intervalo de almoço para ler na biblioteca
GRAZIELLE SCHNEIDER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Dez empresas de metalurgia de Diadema, na Grande
São Paulo, receberão bibliotecas para seus funcionários.
A primeira delas foi inaugurada na manhã de ontem, na
fábrica da IGP, que atua no
mercado de autopeças.
A iniciativa faz parte do
projeto Ponto de Leitura nas
Fábricas, uma parceria entre
a prefeitura local, o Ministério da Cultura e os sindicatos
dos Metalúrgicos do ABC,
dos Químicos e da Construção Civil. Até o final de agosto, todas as salas de leitura
estarão prontas.
O ministério investiu R$
200 mil na distribuição de
kits -móveis, um computador com impressora e um
acervo de 650 obras- para
equipar os locais. Já a prefeitura ficou responsável pela
implantação do projeto e pela capacitação de dois ou três
agentes de leitura em cada
fábrica. Esses agentes têm
como função promover e organizar as bibliotecas.
"Pretendemos, com os
acertos e erros, estender o
projeto a outras fábricas pelo
Brasil, desde que haja articulação com prefeituras e sindicatos", afirma Silvana Meireles, coordenadora do Mais
Cultura, programa do ministério que abriga a ação.
O projeto atingirá 5.000
funcionários, segundo levantamento da prefeitura.
Para Maria Regina Ponce, secretária da Cultura de Diadema, a ideia é criar um ambiente de aprendizado e prazer dentro do local de trabalho para que os funcionários
possam ter mais acesso aos
livros. Ela destaca que outras
empresas do setor químico e
de construção civil já se interessaram pela iniciativa.
Como o material poderá
ser retirado e levado para casa, estima-se que outras 15
mil pessoas sejam beneficiadas indiretamente. "A pesquisa Retratos da Leitura
mostrou que a mãe é a maior
responsável pelo interesse
dos filhos por livros. Queremos que o funcionário seja
um mediador e crie um ambiente familiar de estímulo à
leitura", diz Meireles.
SEM CUSTOS
A única responsabilidade
das empresas é ceder o espaço e fazer as adaptações necessárias para a sala de leitura, de acordo com Renato Cicarelli, diretor da IGP.
Um dos escolhidos para
ser agente de leitura na fábrica é Laércio Aparecido Beggiora, 45, assistente de departamento pessoal. No curso de capacitação que recebeu da prefeitura, aprendeu
a etiquetar os livros, montar
o acervo, atender o público e
incentivar os colegas a ler.
"Achei maravilhoso. Hoje
[ontem], a biblioteca já ficou
lotada. Tem poesia, ficção,
ação. Tem gibi e contos infantis para a criançada e tem
até DVDs que ensinam inglês", conta.
A empresa tem 380 funcionários e começou a investir
na qualificação deles em
2005, com a criação do programa de educação continuada. Cicarelli diz que 70
trabalhadores já se formaram no ensino fundamental e
que, hoje, não há na fábrica
ninguém que não saiba ler e
escrever.
Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Negócios: Lucro do grupo Pão de Açúcar cai para R$ 62,3 mi no 2º trimestre Índice
|