São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2010

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Fábricas de Diadema ganham bibliotecas

Projeto leva salas de leitura para dez empresas de metalurgia até o fim de agosto; a primeira foi inaugurada ontem

Ministério da Cultura investiu R$ 200 mil em kits com computador, móveis e acervo de 650 obras para cada fábrica

Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Funcionários da fábrica da IGP aproveitam o intervalo de almoço para ler na biblioteca

GRAZIELLE SCHNEIDER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Dez empresas de metalurgia de Diadema, na Grande São Paulo, receberão bibliotecas para seus funcionários. A primeira delas foi inaugurada na manhã de ontem, na fábrica da IGP, que atua no mercado de autopeças.
A iniciativa faz parte do projeto Ponto de Leitura nas Fábricas, uma parceria entre a prefeitura local, o Ministério da Cultura e os sindicatos dos Metalúrgicos do ABC, dos Químicos e da Construção Civil. Até o final de agosto, todas as salas de leitura estarão prontas.
O ministério investiu R$ 200 mil na distribuição de kits -móveis, um computador com impressora e um acervo de 650 obras- para equipar os locais. Já a prefeitura ficou responsável pela implantação do projeto e pela capacitação de dois ou três agentes de leitura em cada fábrica. Esses agentes têm como função promover e organizar as bibliotecas.
"Pretendemos, com os acertos e erros, estender o projeto a outras fábricas pelo Brasil, desde que haja articulação com prefeituras e sindicatos", afirma Silvana Meireles, coordenadora do Mais Cultura, programa do ministério que abriga a ação.
O projeto atingirá 5.000 funcionários, segundo levantamento da prefeitura. Para Maria Regina Ponce, secretária da Cultura de Diadema, a ideia é criar um ambiente de aprendizado e prazer dentro do local de trabalho para que os funcionários possam ter mais acesso aos livros. Ela destaca que outras empresas do setor químico e de construção civil já se interessaram pela iniciativa.
Como o material poderá ser retirado e levado para casa, estima-se que outras 15 mil pessoas sejam beneficiadas indiretamente. "A pesquisa Retratos da Leitura mostrou que a mãe é a maior responsável pelo interesse dos filhos por livros. Queremos que o funcionário seja um mediador e crie um ambiente familiar de estímulo à leitura", diz Meireles.

SEM CUSTOS
A única responsabilidade das empresas é ceder o espaço e fazer as adaptações necessárias para a sala de leitura, de acordo com Renato Cicarelli, diretor da IGP.
Um dos escolhidos para ser agente de leitura na fábrica é Laércio Aparecido Beggiora, 45, assistente de departamento pessoal. No curso de capacitação que recebeu da prefeitura, aprendeu a etiquetar os livros, montar o acervo, atender o público e incentivar os colegas a ler.
"Achei maravilhoso. Hoje [ontem], a biblioteca já ficou lotada. Tem poesia, ficção, ação. Tem gibi e contos infantis para a criançada e tem até DVDs que ensinam inglês", conta.
A empresa tem 380 funcionários e começou a investir na qualificação deles em 2005, com a criação do programa de educação continuada. Cicarelli diz que 70 trabalhadores já se formaram no ensino fundamental e que, hoje, não há na fábrica ninguém que não saiba ler e escrever.


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