São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 2011

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Brasil lidera alta da aviação doméstica

No 1º semestre, receita das companhias com passageiros subiu 19%, diz associação; no mundo, alta foi de 4%

Assentos disponíveis crescem abaixo da demanda, e destinos e horários que são mais disputados encarecem

CAROLINA MATOS
MARIANA SALLOWICZ
GABRIEL BALDOCCHI

DE SÃO PAULO

A aviação doméstica brasileira foi a que teve o maior crescimento de receita com transporte de passageiros no primeiro semestre deste ano, entre os principais países destacados pela Iata, associação internacional do setor.
A expansão, de 19% em relação ao mesmo período de 2010, superou as registradas na Índia (17,7%), na China (7,8%), na Austrália (4,4%) e nos EUA (2,5%). No mundo, o mercado de aviação doméstica cresceu 4% no período.
O aumento expressivo no Brasil, afirma a Iata, foi impulsionado pelo "crescimento da economia, assim como pela inclusão das classes C e D no mercado de aviação, com tarifas mais acessíveis que no passado".
Em 2010, o total de passageiros que utilizaram avião para ir de um Estado para outro (66 milhões) foi quase o mesmo dos que viajaram de ônibus (67 milhões).
"O mercado de aviação no Brasil ainda tem muito a crescer, assim como o da Índia e o da China, e isso vai continuar ocorrendo", diz Respício Espírito Santo Jr., professor de transporte aéreo da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
"Somos um país em que, historicamente, há uma forte migração interna. As pessoas que antes iam visitar suas famílias de ônibus conseguem, hoje, ir de avião", completa o especialista.

ASSENTOS
Mas os assentos oferecidos pelas companhias aéreas em rotas nacionais, de acordo com a Iata, cresceram em um ritmo menor que a receita com passageiros: 11,7%.
A Índia, segunda colocada no ranking de aumento de passageiros, foi o país em que a oferta de lugares mais se expandiu (18,9%).
A combinação da forte demanda por viagens aéreas no Brasil com assentos que não crescem na mesma velocidade já se reflete nos preços das passagens para destinos e horários mais disputados.
"Uma passagem Curitiba-SP, que pode custar de R$ 100 a R$ 200 no meio da semana, é vendida por até R$ 1.200 no início ou no fim da semana, nos horários mais cobiçados", diz Rogério Dequech, sócio-diretor da Go4! Consultoria de Negócios.
"Mesmo assim, o avião vai lotado. As pessoas acabam pagando o que for porque precisam embarcar", afirma.
O valor dos bilhetes aéreos subiu 27,38% em 12 meses até junho, de acordo com o IPCA, principal índice de inflação do país. Foi a maior alta no segmento de serviços.

AMÉRICA LATINA E ÁSIA
Ainda de acordo com a Iata, a América Latina liderou alta de receita com passageiros transportados (17,7%).
O relatório também ressaltou o desempenho da China na aviação doméstica, que, embora tenha sido menor que o do Brasil, veio depois do aumento recorde de passageiros em 2010, de 14,6%. Ou seja, mostra o potencial do mercado chinês.
Já no Japão, outro mercado que aparece em destaque, houve retração de 21,7%, ainda em consequência do tsunami que atingiu o país.


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