|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Multa ameaça negócios no setor de telefonia
Teles acusam Anatel de pressão; agência nega
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
Uma decisão da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) pode gerar uma
avalanche de processos judiciais contra ela.
Nos bastidores, a agência
está sendo acusada pelas teles de pressão para que sejam
pagas as multas resultantes
de Pados (Processos Administrativos por Descumprimento de Obrigações).
As teles dizem que, mesmo
após o julgamento desses
processos, caberia recurso
judicial. Há casos em que os
processos foram encerrados
e nem houve notificação para o pagamento das multas.
A mudança ocorreu há
uma semana, quando a Procuradoria da Advocacia-Geral da União publicou nota
alterando o conceito de "ficha limpa". Antes do parecer, uma operadora seria
considerada em situação fiscal irregular caso seu nome
estivesse no Cadin (cadastro
de créditos não quitados do
setor público federal).
Agora, basta ter processo
administrativo julgado pela
agência para que as teles sejam inscritas no cadastro.
O conselheiro da Anatel
Jarbas Valente contestou que
tenha havido mudança no
conceito de "ficha limpa".
"Essa restrição [exigência de
pagamento de multas julgadas pela agência] já foi usada
no leilão do 3G de 2007."
A primeira a sofrer com isso é a Oi, que terá seu pedido
de anuência à entrada da PT
(Portugal Telecom) votado
hoje pelo conselho diretor.
Em seu voto, o conselheiro-relator João Rezende recomenda que a anuência seja
concedida desde que a Oi regularize sua situação fiscal.
Ontem, a Oi disse ter pago
R$ 17 milhões para quitar oito processos -por descumprir obrigações na Anatel- e
retirar o nome do Cadin.
A Oi tem quase uma centena de processos julgados em
que ainda não venceram os
75 dias de pagamento previstos em lei antes da inscrição
no Cadin. A Folha apurou
que, no total, eles poderiam
chegar a R$ 130 milhões.
O presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente,
disse que essa discussão não
vale para a compra do controle da Vivo.
Ainda segundo apurou a
Folha, todas as operadoras
móveis que atuam no país
estariam impedidas de participar do leilão das últimas
faixas de frequência disponíveis para a telefonia 3G, previsto para novembro.
Texto Anterior: Greves: Protestos contra a reforma da previdência francesa perdem força Próximo Texto: Telefonia: Com queda na despesa, Oi tem ganho 567% maior Índice | Comunicar Erros
|