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Após um ano, empresário ainda aguarda licença
DE SÃO PAULO
Alexandre Madeira, 36
anos, anda cansado. Nunca
imaginou que o projeto de
sua pequena indústria de tintas para aplicações especiais
fosse lhe dar tanta dor de cabeça. Um ano depois de iniciar a empreitada, Madeira
espera três documentos finais para poder trabalhar.
Depois de percorrer vários
órgãos para obtenção da licença ambiental, ainda lhe
faltam as licenças do Exército, da Polícia Civil (para ter
direito a armazenar solventes) e o alvará da Prefeitura
de Guarulhos para ter condições legais de produzir.
"O caso é inacreditável.
Tenho tudo para produzir,
mas não consigo", diz.
Com 2 funcionários, dos 20
que planejou, ele gasta R$ 20
mil para manter a empresa
que não produz.
"O plano inicial era faturar
R$ 120 mil por mês. Acho que
seria possível, mas após todo
esse ano minha receita é zero", afirma Madeira.
Em Guarulhos, cidade da
Grande São Paulo com foco
industrial, a situação anda
complicada, diz Américo Júnior, responsável pela aberturas de empresas do escritório Flaumar.
"O caso da Polytintas é
exemplar. Nem todos empreendimentos demoram um
ano como o dele, que envolve
a manipulação de produtos
químicos. Mas a situação geral, mesmo para projetos
mais simples, não tem sido
menos complicada", afirma.
Atrás de uma pilha de processos de abertura e fechamento, Júnior explica que o
processo de liberação de alvarás em Guarulhos é lento.
Somado ao labirinto da
burocracia para obtenção de
documentos na Cetesb, na
Receita Federal e na Secretária Estadual de Fazenda, o
tempo de abertura de empresas tem excedido o razoável.
A Prefeitura de Guarulhos
informou que analisa um sistema para emitir licenças pela internet. Disse ainda que
muitos atrasos ocorrem por
falhas dos empresários na
entrega de documentos.
(AB)
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