São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2010

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Após um ano, empresário ainda aguarda licença

DE SÃO PAULO

Alexandre Madeira, 36 anos, anda cansado. Nunca imaginou que o projeto de sua pequena indústria de tintas para aplicações especiais fosse lhe dar tanta dor de cabeça. Um ano depois de iniciar a empreitada, Madeira espera três documentos finais para poder trabalhar.
Depois de percorrer vários órgãos para obtenção da licença ambiental, ainda lhe faltam as licenças do Exército, da Polícia Civil (para ter direito a armazenar solventes) e o alvará da Prefeitura de Guarulhos para ter condições legais de produzir.
"O caso é inacreditável. Tenho tudo para produzir, mas não consigo", diz.
Com 2 funcionários, dos 20 que planejou, ele gasta R$ 20 mil para manter a empresa que não produz.
"O plano inicial era faturar R$ 120 mil por mês. Acho que seria possível, mas após todo esse ano minha receita é zero", afirma Madeira.
Em Guarulhos, cidade da Grande São Paulo com foco industrial, a situação anda complicada, diz Américo Júnior, responsável pela aberturas de empresas do escritório Flaumar.
"O caso da Polytintas é exemplar. Nem todos empreendimentos demoram um ano como o dele, que envolve a manipulação de produtos químicos. Mas a situação geral, mesmo para projetos mais simples, não tem sido menos complicada", afirma.
Atrás de uma pilha de processos de abertura e fechamento, Júnior explica que o processo de liberação de alvarás em Guarulhos é lento.
Somado ao labirinto da burocracia para obtenção de documentos na Cetesb, na Receita Federal e na Secretária Estadual de Fazenda, o tempo de abertura de empresas tem excedido o razoável.
A Prefeitura de Guarulhos informou que analisa um sistema para emitir licenças pela internet. Disse ainda que muitos atrasos ocorrem por falhas dos empresários na entrega de documentos. (AB)


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