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commodities
Vale dobra os investimentos em 2011
Empresa aprova orçamento de US$ 24 bi para o próximo ano; novas áreas ganham espaço, como fertilizantes
Plano leva mineradora ao limite da capacidade de crescimento; geração de caixa financiará os gastos, diz presidente
TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO
A Vale investirá US$ 24 bilhões (R$ 40,8 bilhões) em
2011 -praticamente o dobro
dos US$ 12,9 bilhões estimados para 2010.
"Esse plano de investimentos é para levar ao limite
a capacidade de crescimento
da Vale", disse o presidente
da empresa, Roger Agnelli.
Além de elevar a capacidade de produção de minério
de ferro da companhia, que
projeta um cenário favorável
para a demanda no próximo
ano, o perfil dos investimentos confirma a intenção da
Vale de tornar-se cada vez
mais diversificada.
Os minerais ferrosos continuam recebendo a maior
parte dos aportes (35% do total), mas o segmento de fertilizantes, cobre e carvão ganham espaço na alocação
dos recursos.
A Vale, que ampliou sua
presença no segmento de fertilizantes após a compra dos
ativos da Bunge e da Fosfertil, destinará US$ 2,5 bilhões
a esse negócio em 2011, o
equivalente a 10% do total.
Também ganha espaço a
área de metais básicos -onde está inserido o cobre-,
que ficará com US$ 4,3 bilhões. Para tornar viável os
projetos, a empresa separou
US$ 5 bilhões para logística
- só em portos e ferrovias serão alocados US$ 3,2 bilhões.
"Estamos avançando em
todas as áreas", afirmou Agnelli. "Uma nova Vale, quase
do mesmo tamanho da atual,
está sendo construída."
Mais de 63% dos aportes
serão no Brasil, o que contribuirá para a geração de aproximadamente 40 mil vagas
em canteiros de obras, disse
Agnelli, que destacou o problema da falta de mão de
obra qualificada no país.
FINANCIAMENTO
Apesar do alto valor, a Vale não planeja captações para tornar viável a sua expansão. "O plano de investimentos é plenamente financiável
pela geração de caixa da empresa", garantiu Agnelli.
Nos próximos dois anos,
entrarão em operação 18 projetos que devem resultar em
uma geração de caixa de
US$ 26 bilhões ao longo de
seu desenvolvimento.
"Carregamos, nos últimos
quatro anos, um valor muito
grande de ativos sem gerar
receita. Agora esses ativos
começam a dar resultado, o
que alavanca a possibilidade
de acelerarmos os nossos investimentos, com a vantagem de estarmos em um mercado ainda muito demandado", afirmou.
RISCOS
O executivo apontou o
câmbio como principal risco
ao seu negócio, pois a volatilidade dificulta o planejamento financeiro. "O dólar
fraco ajuda o preço das commodities, mas gera custos
maiores", disse.
Questionado sobre o risco
da China, já que boa parte
das vendas da mineradora
destina-se a esse país, Agnelli disse que a nação não pode ser vista como ameaça. "A
China é oportunidade."
O executivo evitou comentar rumores sobre uma eventual saída do cargo após a
eleição presidencial, e disse
que "qualquer governo vai
querer trabalhar próximo da
Vale".
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