São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

commodities

Vale dobra os investimentos em 2011

Empresa aprova orçamento de US$ 24 bi para o próximo ano; novas áreas ganham espaço, como fertilizantes

Plano leva mineradora ao limite da capacidade de crescimento; geração de caixa financiará os gastos, diz presidente

TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

A Vale investirá US$ 24 bilhões (R$ 40,8 bilhões) em 2011 -praticamente o dobro dos US$ 12,9 bilhões estimados para 2010.
"Esse plano de investimentos é para levar ao limite a capacidade de crescimento da Vale", disse o presidente da empresa, Roger Agnelli.
Além de elevar a capacidade de produção de minério de ferro da companhia, que projeta um cenário favorável para a demanda no próximo ano, o perfil dos investimentos confirma a intenção da Vale de tornar-se cada vez mais diversificada.
Os minerais ferrosos continuam recebendo a maior parte dos aportes (35% do total), mas o segmento de fertilizantes, cobre e carvão ganham espaço na alocação dos recursos.
A Vale, que ampliou sua presença no segmento de fertilizantes após a compra dos ativos da Bunge e da Fosfertil, destinará US$ 2,5 bilhões a esse negócio em 2011, o equivalente a 10% do total.
Também ganha espaço a área de metais básicos -onde está inserido o cobre-, que ficará com US$ 4,3 bilhões. Para tornar viável os projetos, a empresa separou US$ 5 bilhões para logística - só em portos e ferrovias serão alocados US$ 3,2 bilhões.
"Estamos avançando em todas as áreas", afirmou Agnelli. "Uma nova Vale, quase do mesmo tamanho da atual, está sendo construída."
Mais de 63% dos aportes serão no Brasil, o que contribuirá para a geração de aproximadamente 40 mil vagas em canteiros de obras, disse Agnelli, que destacou o problema da falta de mão de obra qualificada no país.

FINANCIAMENTO
Apesar do alto valor, a Vale não planeja captações para tornar viável a sua expansão. "O plano de investimentos é plenamente financiável pela geração de caixa da empresa", garantiu Agnelli.
Nos próximos dois anos, entrarão em operação 18 projetos que devem resultar em uma geração de caixa de US$ 26 bilhões ao longo de seu desenvolvimento.
"Carregamos, nos últimos quatro anos, um valor muito grande de ativos sem gerar receita. Agora esses ativos começam a dar resultado, o que alavanca a possibilidade de acelerarmos os nossos investimentos, com a vantagem de estarmos em um mercado ainda muito demandado", afirmou.

RISCOS
O executivo apontou o câmbio como principal risco ao seu negócio, pois a volatilidade dificulta o planejamento financeiro. "O dólar fraco ajuda o preço das commodities, mas gera custos maiores", disse.
Questionado sobre o risco da China, já que boa parte das vendas da mineradora destina-se a esse país, Agnelli disse que a nação não pode ser vista como ameaça. "A China é oportunidade."
O executivo evitou comentar rumores sobre uma eventual saída do cargo após a eleição presidencial, e disse que "qualquer governo vai querer trabalhar próximo da Vale".


Texto Anterior: Consumo: Nota fiscal é sempre solicitada por 46% dos brasileiros, diz pesquisa
Próximo Texto: Agricultura: Governo estende prazo de contratação de crédito rural
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.