São Paulo, segunda-feira, 29 de novembro de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Ourofino vai lançar mais produtos de saúde animal e mirar outros negócios

A Ourofino Agronegócio tem cinco patentes "na gaveta à espera de autorização", segundo um dos sócios fundadores, Norival Bonamichi.
Além dos novos produtos, a empresa de saúde animal e defensivos agrícolas, que resiste à força das multinacionais, vai construir uma fábrica de vacinas e ensaia a entrada em projetos na área de biocombustível. Negócios que fazem com que sócios já projetem faturamento de R$ 1 bilhão daqui a cinco anos.
"As patentes já foram depositadas e concluímos os últimos testes", afirma.
A primeira delas, que deve garantir exportações para o grupo, vai atacar um problema frequente. A gentamicina, um antibiótico usado para mastite, inflamação muito comum das mamas, deixa resíduos no leite.
"Tem de jogar fora, ainda quatro ou seis dias depois de concluído o tratamento com o antibiótico. Com o novo produto, o leite não será mais desperdiçado. Assim que a vaca parar o remédio, o produto já pode ser usado", diz.
"Vamos licenciar esse medicamento no mundo todo, que deriva de uma planta."
Em solos mais fracos, segundo Bonamichi, "dá mais o princípio ativo dessa planta." Outra patente é de um vermífugo para ovinos e bovinos, uma molécula nova. No solo do cerrado, pesquisadores parceiros da empresa fizeram outras descobertas, também estão à espera de aprovação.
"São quatro antibactericidas, totalmente novos."
O grupo tem crescido cerca de 25% ao ano, há uma década. Em 2010, o incremento esperado é de mais de 30%.
Muito assediada - "não se pode conseguir alguma coisa que já querem pegar da gente", brinca Bonamichi- a Ourofino não cogita venda ou abertura de capital, segundo o também sócio Jardel Massari. Em 2007, a BNDESPar investiu R$ 100 milhões para ter 20% de participação societária da empresa.
Fizeram ótimo negócio, vale muito mais hoje, observa Bonamichi. Na nova fábrica de defensivos agropecuários, em Uberaba, onde os recursos foram aplicados, já apareceram interessados.
"Nem bem inauguramos a fábrica e recebemos propostas para vender por valor três vezes maior do que pusemos." No centro de vacinas para animais, o investimento será de R$ 50 milhões.
A nova unidade, que inicia operações em 2013, ocupará 7 mil m2 do terreno da empresa, em Cravinhos, cidade vizinha a Ribeirão Preto, (SP).
"Nossa grande aposta, é a biotecnologia. Temos profissionais com doutorado e parcerias com 18 universidades e institutos de pesquisa", conta Bonamichi, que começou a vida colhendo café.
"Vamos partir para nutrição animal, um mercado que é duas vezes maior que o de saúde animal, e, depois, fertilizantes, que movimentam R$ 25 bilhões", completa, Bonamichi sem descartar os suplementos humanos.

QUILATE

R$ 300 milhões
é o faturamento previsto para 2010

R$ 222,6 milhões
foi o resultado em 2009

R$50 milhões
é o investimento estimado neste ano


Fonte: Ourofino

MIDAS
A Ourofino foi criada em 1987 por dois amigos de infância, vendedores de produtos para agronegócios. A cidade de Norival Bonamichi e Jardel Massari deu nome à pequena empresa que surgia, em Ribeirão Preto, em 1987. Hoje, em modernas instalações, em uma área de 180 mil m2, Bonamichi fala com entusiasmo de planos para o futuro, enquanto Massari defende uma administração financeira conservadora. Temperamentos complementares para enfrentar a concorrência cada vez mais concentrada em poucos gigantes.

PUBLICITÁRIOS NO DIVÃ
Celso Loducca, sócio da Casa do Saber, lança "Grades Publicitários" quinta-feira, na Livraria Cultura.
O livro, com entrevistas com 12 nomes da publicidade brasileira, foi inspirado em um curso da Casa do Saber e editado em parceria com a Casa da Palavra.
"Procurei uma coluna vertebral de perguntas semelhantes", diz Loducca.
O próximo projeto é fazer um livro semelhante sobre "grandes criativos", conta.
Entre os personagens do próximo livro, está o chef Alex Atala. A seguir, trechos de depoimentos.

Washington Olivetto Conseguiu um emprego na HGP Publicidade sem saber o que "era agência de publicidade". Seu pneu furou em frente a esse escritório, ele atravessou a rua e pediu trabalho para o dono.
"Usava uma jardineira sem camisa e um tamanco azul acetinado", lembra.
Sobre a DPZ, diz que saiu porque seus planos podiam atrapalhar "uma engrenagem que andava bem".

Roberto Duailibi Recitava poesias para o pai às sextas-feiras e começou a trabalhar em departamento de propaganda após anúncio de jornal da Colgate-Palmolive, que ficava perto de casa. "Acho que por ser vizinho." Para ele, o anúncio não pode "mentir", "exagerar" ou "omitir a verdade". Sobre a sociedade duradoura da DPZ: "proximidade excessiva não é favorável".

Alex Periscinoto
Como recompensa pelas boas vendas no antigo Mappin pediu para ir a Nova York ver a Ohrbach's, uma loja de varejo. Por causa do sobrenome complicado, aceitou ser chamado de "Alex What" nos EUA. "A propaganda (...) tem que partir de dentro da empresa. Nenhuma empresa nasce para anunciar." "O ofício que você ama acolhe você."

Nizan Guanaes Conta que se separou de Duda Mendonça por não concordar que a sede da DM9 fosse na Bahia. Como chefe, evita interferir no que vai bem. "Não conheço um grupo nacional como o meu, que tenha tantos talentos." Ele se diz "um chato" e "insensato", do tipo que tenta adaptar o mundo a si. "Todo o progresso da ciência se deve ao homem insensato."

Luiz Lara
Até hoje mantém a fazenda bicentenária do tataravô, um republicano que trocou o nome português para Piratininga, "para homenagear São Paulo e os índios". Trabalhou na direção de marketing da Embratur e convidou Pelé como embaixador do país. Em uma viagem, a visita ao papa não fora marcada. "Pelé falou: "Deixa comigo, me leva naquela audiência pública. A hora que o papa vir o Pelé, ele vai chamar a gente". E assim aconteceu."

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e ANDRÉ LOBATO


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