São Paulo, sábado, 30 de abril de 2011

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Medidas no álcool têm impacto no longo prazo

Agência deve forçar programação do setor

DE SÃO PAULO

As mudanças anunciadas pelo governo na regulação do mercado de álcool foram comemoradas por parte do setor, mas só devem provocar algum efeito nos preços na próxima entressafra.
Como boa parte das usinas já retomou suas atividades -cerca de 200 unidades, 60% do total, segundo a Unica (associação do setor)-, a tendência é que os preços do etanol caiam naturalmente nas próximas semanas.
O indicador Cepea/Esalq para os preços do etanol anidro, misturado à gasolina, caiu 12,6% nesta semana, para R$ 2,38 o litro.
A decisão de tratar o etanol como combustível -não mais como produto agrícola- e passar esse mercado para regulação da ANP (Agência Nacional do Petróleo) é uma reivindicação antiga do setor e foi bem recebida por especialistas.
"Com a ANP, você passa a ter um mercado com objeto de contrato, o que pode estimular até negociações no mercado futuro de etanol", afirma Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro.
Para ele, a medida também pode reduzir a informalidade ainda presente no setor e resultar em maior previsibilidade das compras de álcool, o que pode contribuir para reduzir a volatilidade (altos e baixos em curto período de tempo) dos preços.
Já o aumento da banda para a mistura do álcool anidro à gasolina (de 20% a 25% para 18% a 25%) pegou o mercado de surpresa, já que o atual modelo vinha sendo adotado havia 18 anos.
Trata-se, segundo Nastari, de mais uma ferramenta para evitar uma forte alta dos preços na entressafra.
Alísio Vaz, presidente do Sindicom (sindicado das distribuidoras), espera que a ANP cobre um compromisso dos usineiros na produção do combustível. "No mercado de combustíveis, não se pode ter agentes que uma hora estão dentro e outra hora estão fora", afirma.
O presidente do Sincopetro (sindicato dos postos de São Paulo), José Alberto Gouveia, também comemorou. "Se a ANP já fizesse o acompanhamento desse mercado, talvez teríamos importado etanol e gasolina antes", diz.


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