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Crescem dúvidas sobre sucesso do jornal para tablet "Daily"
Estudo mostra que número de tweets gerados por publicação cai desde seu lançamento
ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK
O "Daily", o primeiro jornal exclusivo para iPad, foi
lançado com muito barulho
no início de fevereiro, prometendo ser inovador.
Mas, passados quase três
meses, o alvoroço perdeu força e crescem os questionamentos sobre seu sucesso.
A palavra oficial só deve
sair na semana que vem,
quando a News Corp., a empresa que lançou o "Daily",
divulgar seu balanço.
Mas alguns indicadores
apontam para o revés do jornal para o tablet da Apple.
O principal deles é um estudo do Niemam Journalism
Lab, da Universidade Harvard, que mostra que o número de tweets gerados pelo
jornal vem caindo.
No dia de lançamento, o
aplicativo do "Daily" criou
387 mensagens no Twitter,
ou seja, basicamente pessoas
que leram suas reportagens e
as recomendaram para seus
seguidores na rede social.
Duas semanas depois esse
número estava em 104, e, no
fim de março (dado mais recente disponível), ficou abaixo de cem.
No mês passado, o "Guardian" disse que se estima que
só 5.000 pessoas tinham feito a assinatura anual, que
custa US$ 39,99. O número
foi contestado pelo "Daily",
que, no entanto, não revelou
quantos assinantes tem.
No dia do lançamento, Rupert Murdoch, o presidente
da News Corp., afirmou que o
jornal seria um sucesso
quando vendesse milhões.
"Nossas ambições são
muito grandes, e nossos custos, muito baixos." O projeto
exigiu investimentos de
US$ 30 milhões.
15 MINUTOS DE FAMA
Para Ken Doctor, consultor
do setor de mídia, o barulho
criado pelo jornal da empresa de Murdoch é o equivalente aos 15 minutos de fama
pregado por Andy Warhol.
"Não me surpreende que
não se tenha ouvido falar
muito dele. Um produto cresce ou fracassa dependendo
da sua qualidade."
Para ele, o "Daily" teve o
seu "merecido momento no
sol" por ter sido o pioneiro no
tablet, mas não tem um conteúdo nem um formato "distintos", que atraiam o consumidor a adotá-lo.
Doctor continua otimista
com o cenário para o jornalismo nos tablets, porém faz
ressalvas no curto prazo. "O
modelo de negócios ainda é
imaturo."
Mas prevê que esse cenário vai começar a melhorar
no ano que vem, com mais
gente adquirindo tablets.
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