FELIPE VANINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A estratégia da empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, de anunciar na televisão sua abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) surtiu efeito: o rateio das ações para investidores pessoa física atingiu 30,87%.
Isso significa que, para o investidor que indicou interesse em aplicar R$ 100 antes do IPO, vai estar disponível um valor equivalente a R$ 30,87. Comum à época da explosão de abertura de capitais de 2007, rateios com percentuais baixos se tornaram menos comuns, embora ainda ocorram, como no caso do IPO da Arezzo neste ano.
Outro diferencial da operação foi que a rede facilitou o acesso de seus funcionários à oferta de ações.
Além de oferecer desconto de 15% sobre o preço da ação, o valor mínimo exigido de investimento para os funcionários era de R$ 100, enquanto para os demais alcançou R$ 1.000.
A captação atingiu R$ 925 milhões. O papel começará a ser negociado na segunda-feira a R$ 16, preço mínimo da faixa indicativa, cujo limite era R$ 21. A baixa procura de investidores estrangeiros foi um dos motivos para a ação ficar próxima da faixa mínima de preço.
Com receitas de R$ 5,7 bilhões em 2010 e 604 lojas espalhadas pelo país, o Magazine Luiza deverá usar os recursos em seu plano de expansão, que está orçado em R$ 200 milhões em 2011 e em R$ 240 milhões em 2012.
A prioridade é a aquisição de varejistas e a abertura de novas lojas e reformas.
Segundo Nelson Barrizzelli, consultor de varejo e professor da USP, o Magazine Luiza deverá priorizar sua atuação na região Nordeste, onde entrou no ano passado com a aquisição da paraibana Lojas Maia.
"Nas regiões mais importantes, como Sudeste e Sul, o Magazine já tem uma atuação forte", afirmou o especialista. "Falta crescer no Nordeste, onde o consumo está muito aquecido."


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