São Paulo, quarta-feira, 30 de junho de 2010

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Telefónica aumenta a oferta pela Vivo

Temor de que Portugal Telecom rejeitasse proposta anterior fez com que espanhóis ampliassem valor para 7,15 bi

Acionistas da empresa portuguesa haviam dito que oferta anterior, de 6,5 bi, pelo controle da tele brasileira era baixa


JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO

A Telefónica aumentou ontem o lance pela participação da PT (Portugal Telecom) na Vivo para 7,15 bilhões, 650 milhões a mais que a proposta anterior.
Ontem, a Folha revelou que os espanhóis já faziam cálculos para elevar a oferta e que os acionistas da PT aceitariam 7,5 bilhões. Contudo, os espanhóis achavam esse valor alto demais.
A revisão da proposta teve de ser feita após um revés na CMVM (Comissão de Mercado de Valores Mobiliários), órgão que regula o mercado de capitais português.
Há dois dias, a CMVM determinou que, mesmo após ter vendido 8% (de um total de 10%) das ações da PT, a Telefónica ainda possui direitos de voto desses papéis.
A companhia espanhola, que ainda ficou com 2,02% das ações com direito a voto da PT, tinha vendido os papéis como manobra para garantir votos na assembleia de acionistas que ocorre hoje e irá decidir o futuro da Vivo.
Telefónica e PT dividem o controle da operadora brasileira com 30% de participação cada uma. Devido à oferta de compra da parcela dos portugueses, o presidente da assembleia-geral da mesa de acionistas da PT deverá impedir a Telefónica de votar, alegando a existência de conflito de interesse.
Contando com essa possibilidade, os espanhóis não tinham outra alternativa a não ser elevar novamente a proposta. A disputa pela Vivo começou em meados de maio, quando a Telefónica ofereceu 5,7 bilhões, que subiu para 6,5 bilhões.
Impedida de votar e mantendo a última oferta, a Telefónica não teria chances de vitória porque precisaria contar com, no mínimo, 32,5% dos acionistas presentes à assembleia.
Segundo o "Jornal de Negócios", de Portugal, o bloco português contrário à venda já detinha 35%, contando com investidores aliados.
Nas últimas semanas, a Telefónica tentou duas manobras frustradas antes de anunciar a oferta de ontem.
Primeiro, tentou "seduzir" minoritários pedindo que a assembleia votasse a distribuição de 900 milhões (dos 6,5 bilhões) em dividendos, caso sua proposta fosse aceita. Depois, vendeu parte de suas ações da PT a terceiros comprometidos em votar em seu favor.


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