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Telefónica aumenta a oferta pela Vivo
Temor de que Portugal Telecom rejeitasse proposta anterior fez com que espanhóis ampliassem valor para 7,15 bi
Acionistas da empresa portuguesa haviam dito que oferta anterior, de 6,5 bi, pelo controle da tele brasileira era baixa
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
A Telefónica aumentou
ontem o lance pela participação da PT (Portugal Telecom)
na Vivo para 7,15 bilhões,
650 milhões a mais que a
proposta anterior.
Ontem, a Folha revelou
que os espanhóis já faziam
cálculos para elevar a oferta e
que os acionistas da PT aceitariam 7,5 bilhões. Contudo, os espanhóis achavam
esse valor alto demais.
A revisão da proposta teve
de ser feita após um revés na
CMVM (Comissão de Mercado de Valores Mobiliários),
órgão que regula o mercado
de capitais português.
Há dois dias, a CMVM determinou que, mesmo após
ter vendido 8% (de um total
de 10%) das ações da PT, a
Telefónica ainda possui direitos de voto desses papéis.
A companhia espanhola,
que ainda ficou com 2,02%
das ações com direito a voto
da PT, tinha vendido os papéis como manobra para garantir votos na assembleia de
acionistas que ocorre hoje e
irá decidir o futuro da Vivo.
Telefónica e PT dividem o
controle da operadora brasileira com 30% de participação cada uma. Devido à oferta de compra da parcela dos
portugueses, o presidente da
assembleia-geral da mesa de
acionistas da PT deverá impedir a Telefónica de votar,
alegando a existência de conflito de interesse.
Contando com essa possibilidade, os espanhóis não tinham outra alternativa a não
ser elevar novamente a proposta. A disputa pela Vivo
começou em meados de
maio, quando a Telefónica
ofereceu 5,7 bilhões, que
subiu para 6,5 bilhões.
Impedida de votar e mantendo a última oferta, a Telefónica não teria chances de
vitória porque precisaria
contar com, no mínimo,
32,5% dos acionistas presentes à assembleia.
Segundo o "Jornal de Negócios", de Portugal, o bloco
português contrário à venda
já detinha 35%, contando
com investidores aliados.
Nas últimas semanas, a
Telefónica tentou duas manobras frustradas antes de
anunciar a oferta de ontem.
Primeiro, tentou "seduzir"
minoritários pedindo que a
assembleia votasse a distribuição de 900 milhões (dos
6,5 bilhões) em dividendos,
caso sua proposta fosse aceita. Depois, vendeu parte de
suas ações da PT a terceiros
comprometidos em votar em
seu favor.
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